Portugal é campeão europeu de futebol robótico em simulação 3D

Não são robots a sério que jogam pois tudo não passa de simulação. Equipa portuguesa já foi três vezes campeã mundial e sete europeia.

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A vitória não é uma novidade para os alunos e professores portugueses que participaram no campeonato RoboCup German Open 2013, que decorreu no final da semana passada, em Magdeburg, na Alemanha. Após cinco jogos, a final foi disputada entre a equipa FC Portugal 3 D e a alemã magmaOffenburg. Portugal ganhou nas grande penalidades.

Uma equipa composta por estudantes e professores das universidades do Minho, Aveiro e Porto venceu o campeonato europeu de futebol robótico simulado em 3D. O projecto consiste em programar uma equipa de robots para jogar futebol simulado num computador a três dimensões.

Foi a décima vez que a equipa coordenada por investigadores das três universidades portuguesas ganhou a competição de futebol robótico simulado, tendo sido por três vezes campeã a nível mundial e sete a nível europeu.

Para ganhar esta competição é preciso ter “melhor investigação que as outras equipas, inovar e desenvolver novos métodos para os robots caminharem e chutarem a bola e melhorar a sua inteligência”, disse Luís Paulo Reis, professor do Departamento de Sistemas de Informação da Universidade do Minho ao PÚBLICO.

A liga de simulação 3D consiste em duas equipas de 11 robots humanóides virtuais a jogar futebol através de um simulador. As máquinas são totalmente autónomas, não havendo intervenção humana durante o jogo porque foram previamente programados.

O código aplicado nos robots virtuais é o mesmo que nas máquinas reais, mas a programação para os simuladores é uma vantagem, assume Luís Paulo Reis, porque permite testar múltiplos robots num menor espaço de tempo e aperfeiçoar técnicas ou movimentos sem o desgaste dos robots reais.

A vitória nestas competições permite demostrar que a investigação feita pela equipa portuguesa é “de qualidade igual ou superior à dos Estados Unidos, do Japão ou da Alemanha”, acrescentou Luís Paulo Reis. “Também dá maior visibilidade à investigação que estamos a fazer”, não só ao nível de robots que joguem futebol mas noutras áreas como a dança ou até mesmo no resgate ou salvamentos em caso de catástrofes.

Ao contrário dos campeonatos disputados por jogadores de carne e osso, neste caso não se ganham prémios monetários mas reconhecimento. Por isso, o investigador congratula-se com a promoção feita ao trabalho desenvolvido pelos portugueses.

O futebol é uma modalidade muito disputada nesta competição, com seis tipos de jogos diferentes. Desde robots reais aos virtuais, este desporto foi escolhido por ser “um domínio muito atractivo para os investidores e para o público em geral”, explicou Luís Paulo Reis.

Desde 2000 que o campeonato europeu é disputado na Alemanha ou na Holanda. Foi nesse ano que a equipa portuguesa se estreou nas vitórias quando venceu a modalidade de simulação 2D. Agora, prepara-se para o Campeonato Mundial da RoboCup, a disputar em Eindhoven, na Holanda, de 26 a 30 de Junho.

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