Portugueses estão a falar menos ao telemóvel

A Anacom aponta como justificação a conjuntura económica e as formas alternativas de comunicação, como os serviços de mensagens e as redes sociais.

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Em média, cada pessoa falou 142 minutos por mês José Fernandes/arquivo

Durante o terceiro trimestre deste ano, o tempo das chamadas feitas a partir de telemóveis ficou 2,5% abaixo do registado no mesmo período de 2011 e 0,1% abaixo do segundo trimestre de 2012.

De acordo com dados da Anacom, o regulador do sector das telecomunicações, o número de minutos de conversação com origem em redes móveis tem vindo a descer desde o início do ano e o valor observado no terceiro trimestre – um total de 5300 milhões de minutos – está abaixo das previsões.

Em média, cada pessoa falou 142 minutos por mês, o que até significa um ligeiro aumento de dois minutos face ao segundo trimestre do ano – mas o número de equipamentos móveis usados (excluindo placas de Internet e modems) caiu entre os dois trimestres, totalizando os 12,4 milhões de dispositivos, uma quebra de 1,5%.

A Anacom aponta como possíveis causas a “conjuntura económica adversa que tem levado à redução das despesas dos agentes económicos e alguma substituição face a formas alternativas de comunicação (nomeadamente serviço telefónico em local fixo com tarifários mais competitivos, serviços de mensagens, redes sociais, etc.)”.

Cada utilizador enviou no terceiro trimestre cerca de 11 mensagens por dia, num total de 322 mensagens por utilizador durante os três meses, acima das 299 mensagens contabilizadas há um ano.

O estudo da Anacom indica ainda que a esmagadora maioria das pessoas sem telemóvel não tem intenção de comprar um: 92% estão nesta situação, o que, aponta o documento, é o valor mais elevado desde o início do questionário, em 2004.

Já a utilização de banda larga móvel cresceu, com a Anacom a registar cerca de quatro milhões de utilizadores efectivos, mais 2,2% do que no segundo trimestre do ano e mais 1,8% do que no mesmo trimestre de 2011.

Feitas as contas ao total de “estações móveis activas” (o que inclui outros aparelhos para além de telemóveis e engloba dispositivos que estejam em condições de ser usados, mesmo que não o tenham sido efectivamente), a Anacom encontrou no trimestre passado, e pela primeira vez desde que há registos, uma variação homóloga negativa, ainda que a queda seja muito reduzida: 16,6 milhões de equipamentos, menos 0,02% do que no terceiro trimestre de 2011.
 
 
 

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