Portuguesa recebe bolsa de 1,5 milhões para programar sistemas de redes complexos

Investigadora do INESC TEC recebe verba do Conselho Europeu de Investigação que deverá usar nos próximos cinco anos.

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Kacper Pempel/Reuters

A investigadora do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) Alexandra Martins da Silva recebeu um financiamento de 1,5 milhões de euros do Conselho Europeu de Investigação para programar sistemas de redes complexos. A portuguesa vai desenvolver o seu projecto na University College de Londres, onde é professora associada.

Todos os anos, o Conselho Europeu de Investigação financia projectos de investigação que considera de excelência em qualquer disciplina científica e que venham a ser desenvolvidos numa instituição sediada na Europa.

Nos próximos cinco anos, Alexandra Silva vai utilizar a bolsa atribuída por aquele organismo para formar uma equipa de dois investigadores pós-doutorados e dois doutorandos e “projectar novas ideias provenientes de programação, lógica e verificação para a programação de redes”, indica o INESC, esta segunda-feira, em comunicado.

A investigadora, de 31 anos, licenciada em Matemática e Ciências da Computação na Universidade do Minho e doutorada na Universidade de Nijmegen, na Holanda, dedica-se ao estudo de modelos abstractos da área da computação, mais precisamente na área dos métodos formais que tem como “objectivo especificar, desenvolver e verificar sistemas software e hardware confiáveis”.

Alexandra Silva foi a vencedora, em 2013, do Prémio Científico IBM, tornando-se na primeira mulher a ser galardoada com a distinção. Na altura, a portuguesa ganhou o prémio com o trabalho “Coálgebra de Kleene”, “onde generalizava, numa extensão nunca anteriormente pensada, um dos maiores resultados das Ciências da Computação – o teorema de Kleene”, lembra o instituto. Criou “linguagens de especificação rigorosas para descrever/prescrever e verificar o comportamento de vários modelos de computação”.

“O mundo está cada vez mais conectado e com redes mais complexas, pelo que aquilo que pretendemos fazer no longo prazo é facilitar as tarefas diárias das pessoas e oferecer garantias de confiabilidade dos sistemas usados”, explica a investigadora, citada pelo INESC.

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