Pedidos de informação do Governo dos EUA ao Google aumentaram 120%

Relatório sobre transparência revela números para o último semestre de 2013.

Foto
Frederic J. BROWN/Afp

Em quatro anos, os pedidos de informação feito ao Google pelo governo norte-americano sobe dados de utilizadores no âmbito de investigações criminais aumentaram 120%. Segundo o mais recente relatório sobre transparência da empresa, a percentagem do total de pedidos que foram acedidos, incluindo os de outros 64 países, tem, por sua vez, vindo a diminuir.

Os valores actualizados pelo Google referem-se a pedidos realizados nos últimos seis meses de 2013, comparados com os de 2009, ano em que começaram a ser revelados pela empresa. A divulgação dos dados eguem-se às revelações quase contínuas de documentos secretos sobre a actuação da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA na sigla em inglês), pelo antigo analista informático Edward Snowden. “Como sempre soubemos como é importante a transparência quanto a pedidos do governo, os acontecimentos do ano passado sublinharam a urgência deste assunto”, escreve no blog do Google o seu responsável pelo departamento jurídico, Richard Salgado.

O responsável sublinha ainda que apesar do número de utilizador do Google ter vindo a aumentar, a empresa tem verificado que “mais e mais os governos começam a exercer a sua autoridade em fazer pedidos” de informação.

Segundo as estatísticas do Google, entre Julho e Dezembro de 2013, foi feito um total de 27.477 pedidos, sendo que a empresa acedeu a 64% dos mesmos. O relatório indica que a requisição de dados de agências governamentais são justificados com operações de investigação criminal, tribunais, agências administrativas e outros, que o Google não identifica.

No semestre analisado, os Estados Unidos voltam a liderar os requisitos de informação de dados de utilizadores justificados com questões judiciais, com 10.574 para 18.254 contas, seguidos de França, com 2750 pedidos relativos a 3378 contas. A Alemanha surge em terceiro lugar (2660), ao ter requisitado informações sobre 3255 utilizadores, segue-se a Índia (2513 – 4401), o Reino Unido (1397 – 3142) e o Brasil (1085 – 1471). Portugal também está na lista do Google, com 283 pedidos relativos a 347 pedidos. Aos pedidos portugueses feitos, o Google respondeu a cerca de 127 (45%).

Os países com as percentagens mais elevadas de respostas a pedidos de acesso a dados de utilizadores foram a Finlândia (92%), Estados Unidos e Malta, ambos com 83%.

Os dados revelados pelo Google não especificam, no entanto, as circunstâncias em que esses pedidos foram feitos ou quais os realizados directamente pelos governos dos países analisados.

Sugerir correcção
Comentar