Operários que fabricam iPad e iPhone na China recebem aumentos até 25%

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Alunos universitários vestiram-de funcionários da Foxconn em protesto contra as condições laborais Foto: Bobby Yip/Reuters

Os operários que fabricam o iPad e o iPhone na empresa Foxconn, localizada na província chinesa de Guangdong, viram os seus salários aumentados entre 16 e 25%, uma decisão que chega depois de uma série de artigos do jornal The New York Times sobre as condições laborais na principal linha de montagem de produtos da Apple.

A Foxconn tem sede em Taiwan, mas o seu complexo industrial – conhecido como Foxconn City – está localizado em Shenzen, na província de Guangdong, no sudeste da China. Ali trabalham mais de um milhão de pessoas, em condições que o jornal The New York Times descreveu como “severas”.

Para além do registo de vários suicídios nos últimos anos e da alegada falta de condições de segurança, o jornal traça um cenário muito negativo das condições de trabalho no dia-a-dia. “Os funcionários trabalham horas a mais, em alguns casos sete dias por semana, e vivem em dormitórios sobrelotados. Alguns deles dizem que ficam de pé tantas horas que as suas pernas incham até ao ponto de mal conseguirem andar”, lê-se num dos artigos.

As reportagens do jornal norte-americano tiveram consequências imediatas: na semana passada, a Apple autorizou a realização de uma auditoria independente às condições de trabalho na Foxconn, que será coordenada pela Associação pelo Trabalho Justo, uma organização sem fins lucrativos.

O presidente da Apple, Tim Cook, afirmou que “todos os trabalhadores têm direito a um ambiente de trabalho seguro e justo” e autorizou também o conceituado programa noticioso Nightline, da estação de televisão ABC, a visitar as instalações da fábrica localizada na China, para um programa que será transmitido na terça-feira.

Este aumento salarial é o segundo em menos de dois anos e inclui também uma compensação pelo facto de a empresa ter cortado no número de horas extraordinárias para reduzir a carga horária semanal, o que teria também como resultado uma diminuição no rendimento mensal dos trabalhadores. Com efeitos a partir de 1 de Fevereiro, o acréscimo nos ordenados significa que os operários passam a ganhar entre 216 euros e 300 euros por mês.

A Foxconn é a principal parceira da Apple para a produção dos gadgets mais famosos da marca, mas também fabrica produtos de empresas como a Dell e a Hewlett-Packard, entre outras.

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