Óculos do Google vão ter design Ray-Ban e devem chegar ao mercado em 2015

Empresa norte-americana chega a acordo com grupo italiano para tornar o acessório "mais acessível".

Foto
Sergey Brin, co-fundador do Google, a usar um exemplar dos óculos KIMIHIRO HOSHINO/AFP

Os Google Glass, os óculos de realidade aumentada com ligação à Internet desenvolvidos pelo Google, devem chegar ao mercado no próximo ano, segundo a empresa italiana Luxottica que vai fabricar e distribuir o produto para a empresa norte-americana, com base num acordo anunciado esta terça-feira.

O Google Glass foi apresentado pela primeira vez ao público através de um vídeo publicado no Google +, em Abril de 2012. O aparelho está equipado com um pequeno projector e um ecrã, que permitem sobrepor imagens digitais àquilo que o utilizador estiver a ver no momento. É ainda possível gravar vídeos, aceder ao e-mail e a informação que o utilizador poderá obter a partir do seu telemóvel por ligação sem fios.

Até agora, protótipos dos óculos estão apenas acessíveis nos Estados Unidos e exclusivamente para investigadores da área da tecnologia. Por cerca de 1200 euros, pode encomendar-se um exemplar através do "Glass explorer edition". É esperado que os óculos que serão desenhados em parceria com a Luxottica sejam, numa fase inicial, experimentados apenas por estas pessoas.

O anúncio do acordo estabelecido entre o Google e o grupo italiano Luxottica, proprietário das marcas Ray-Ban e Oakley com quem o Google vai trabalhar, não revela nenhum preço para os óculos e a empresa norte-americana limita-se a afirmar que a rede de distribuição da Luxottica irá ser “muito útil” quando o Google tornar "o Glass mais acessível”.

O director executivo da Luxottica, Andrea Guerra, avançou, por sua vez, mais pormenores numa entrevista ao jornal italiano La Repubblica. Segundo Guerra, “2015 será o ano de viragem comercial para o projecto”. “Já estamos a trabalhar nos Estados Unidos, Itália e China com equipas formadas 75% por italianos”, acrescentou.

Entusiasmado com a parceria, o responsável afirmou que “após cinco ou sete anos, a tecnologia revolucionou a forma como realizamos as nossas actividades” e o acordo fechado com o Google vem dar resposta à necessidade de “entrar no comboio em marcha, caso contrário o risco de se ser ultrapassado é muito elevado”.

Esta terça-feira, horas depois do anúncio do acordo Google-Luxottica, as acções da empresa italiana estavam a subir cerca de 4,7% na Bolsa de Milão, para um valor unitário de 40,77 euros.

O Google Glass tem suscitado algumas críticas desde que foi apresentado. Se, por um lado, há quem defenda que aparelhos como este vão ser a grande procura no mercado de consumo de aparelhos móveis, por outro há quem levante a questão da violação de privacidade e segurança de dados ou o perigo que pode existir para o utilizador que utiliza o Glass quando em simultâneo realiza outras tarefas.

Os mitos que se criaram em torno do aparelho levaram mesmo o Google a criar uma lista de dez pontos em que desconstrói algumas das principais críticas feitas ao Glass. Na última quinta-feira, tentou desmistificar questões como o risco de distracção com o uso dos óculos, que o aparelho permite a vigilância permanente dos outros ou que põe fim à privacidade.  

Sugerir correcção
Comentar