O destino são os carros autónomos, mas o Google e a Tesla escolhem estradas diferentes

As duas empresas têm estratégias diferentes. O Google é mais ambicioso, mas a Tesla vai à frente e pode chegar primeiro ao mercado.

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Tesla quer que os condutores continuem a entrar na equação. Google quer dispensar totalmente a intervenção humana HANDOUT/AFP

O futuro da condução são os carros autónomos, isto é, veículos que se conduzem sozinhos. Mas, como de resto em tantos outros destinos, o caminho escolhido até lá chegar passa por “estradas” diferentes. E na viagem até à realidade dos carros autónomos, os caminhos da Tesla Motors e do Google são dois dos mais divergentes, destaca o jornal norte-americano The New York Times.

Há seis anos, o Google começava a avançar os primeiros metros no desenvolvimento de tecnologia de carros autónomos, mas ainda projectava a presença de um condutor que assumisse o controlo ao sinal de algum problema e um segundo técnico responsável pela monitorização do computador. No entanto, a empresa percebeu em alguns testes que esta opção poderia ser perigosa, uma vez que o condutor podia adormecer ou estar mais distraído, e por isso não se revelar eficiente quando for necessário mudar para uma situação de condução manual. 

O Google, que assumiu uma parceria com a Ford no início deste ano, quer subtrair a intervenção à equação. O modelo da empresa conhecida pelo seu motor de busca surge sem acelerador, travão ou volante e está desenhado para não ultrapassar os 40 quilómetros por hora. A esta estratégia aproxima-se a recentemente anunciada pela BMW, que pretende desenvolver carros em três níveis diferentes, sendo o último completamente independente de um condutor.

Já a Tesla Motors, que terá de ultrapassar o peso de ter registado o primeiro acidente com um carro autónomo, adopta uma estratégia diferente e quer desenvolver um modelo onde o sistema autónomo funciona apenas como uma assistência ao condutor, não como um substituto. 

“Mesmo que me possa distrair no momento errado, este tipo de condução é mais fácil e reduz o cansaço”, analisa o co-fundador da Apple, Steve Wozniak, que detém a Tesla Motors Model S. 

No entanto, apesar de ser mais ambiciosa que as restantes empresas – nomeadamente a BMW, a Uber, a Apple e a General Motors –, a Tesla é quem segue à frente na indústria dos carros autónomos. Ausente da corrida está, por enquanto, o maior fabricante de automóveis, a Toyota. Até agora, a marca japonesa apenas apostou no desenvolvimento de uma tecnologia que funcione como um "anjo da guarda", que reaja em caso de erro humano, à semelhança do conceito original do Google. 

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