Num dos vigésimos aniversários da Web, o CERN põe online o primeiro site

O site original da invenção de Tim Berners-Lee explicava o projecto e como podiam as pessoas ajudar a fazer a World Wide Web crescer.

Berners-Lee (ao centro), ladeado pelos cientistas Ben Segal (esq.) e Robert Cailliau (dir.), com um computador NeXT, em 2009
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Berners-Lee (ao centro), ladeado pelos cientistas Ben Segal (esq.) e Robert Cailliau (dir.), com um computador NeXT, em 2009 Sebastian Derung/AFP
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Captura de ecrã do primeiro site da história da Internet

Há cinco anos, James Gillie, director de comunicação do CERN, o Laboratório Europeu de Física de Partículas, na Suíça, escrevia na BBC que a World Wide Web tem várias datas de aniversário.

Uma é em Março de 1989, quando o britânico Tim Berners-Lee, hoje Sir Berners-Lee e conhecido como o inventor da Web, entregou ao seu superior uma proposta para gestão de informação que traçava as bases do que viria a ser a Web: documentos, ligados por hipertexto, que poderiam ser acedidos através de uma rede de computadores, como a Internet, que na altura era usada sobretudo no meio académico. Um segundo aniversário seria por volta do Natal de 1990, quando Berners-Lee concretizou a proposta e concluiu o primeiro servidor, browser e páginas Web, usando um computador NeXT, criado pela empresa fundada por Steve Jobs, que deixara a Apple há poucos anos.

“Mas talvez o aniversário mais importante de todos seja o de 30 de Abril de 1993”, escreveu Gillie. Há exactamente 20 anos, o CERN disponibilizou, para uso gratuito, a tecnologia inventada por Berners-Lee (uma outra opção teria sido, por exemplo, patenteá-la e cobrar pelo uso). Nos anos seguintes – especialmente com o impulso de sites e empresas surgidos do outro lado do Atlântico – a Web massificou-se e tornou-se um mecanismo crucial na expansão e adopção da Internet.

Para comemorar este vigésimo aniversário, o CERN colocou online, no endereço original, o primeiro site do mundo, numa versão de 1993, a mais antiga que conseguiu encontrar. O conjunto de páginas que explica o que é a Web, incluindo notas históricas, uma página sobre as pessoas envolvidas (Berners-Lee trabalhou com vários outros cientistas, entre os quais o belga Robert Cailliau, o primeiro entusiasta da tecnologia), detalhes técnicos e uma secção a explicar como poderiam os utilizadores ajudar a Web a crescer. Havia também um endereço de email para quem quisesse comunicar bugs encontrados.

No final de 1993, de acordo com o CERN, havia mais de 500 servidores Web e o tráfego das páginas representava 1% de todos os dados que circulavam na Internet. A instituição aproveitou ainda o endereço original para lançar um site sobre a história da Web.
 

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