Microsoft apresenta o seu primeiro portátil

Empresa revela novos aparelhos que servem para demonstrar a faceta de fabricante e versatilidade do Windows 10.

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Panos Panay com o Surface Book Andrew Burton/Getty Images/AFP

Foram precisas quatro décadas para a empresa que se tornou um gigante na era dos computadores fabricar o seu próprio PC. A Microsoft apresentou nesta segunda-feira o Surface Book, um computador portátil que também pode ser usado como tablet.

O Surface Book faz parte de uma série de novidades que inclui três telemóveis, mais uma versão do tablet destinado ao mercado profissional e ainda uma nova pulseira desportiva. A empresa anunciou também que vai disponibilizar, a partir de 2016, os óculos de realidade aumentada HoloLens a quem queira criar produtos e serviços com este dispositivo, que a empresa define como um "computador holográfico". 

A Microsoft, que nasceu e cresceu a vender software, continua assim a trilhar o caminho de ser também um fabricante de hardware, o que significa que concorre com os seus próprios parceiros: os outros fabricantes que vendem computadores com o Windows instalado e que pagam licenças para isso. Apresentar aparelhos de várias categorias serve também para mostrar a versatilidade do Windows 10, a nova versão do sistema operativo e a primeira concebida para equipar todo o género de equipamentos.

O Surface Book é um híbrido: o ecrã pode ser separado do teclado (ou virado ao contrário, ficando sobre as teclas) e usado simplesmente como um tablet. É uma evolução do conceito dos tablets Surface, que podem ser usados com teclados que servem também como capas protectoras, e encaixa na tendência actual de esbater as fronteiras entre tablets e computadores. “Este produto é uma reinvenção de categorias”, afirmou o vice-presidente Panos Panay, durante a apresentação.

A Microsoft não escondeu que os Macbook Pro são o alvo do Surface Book e afirmou que este será duas vezes mais rápido do que o rival da Apple. A versão mais barata custará 1499 dólares e o computador estará disponível apenas nos EUA e no Canadá. Panay apresentou como um dos trunfos a experiência de utilização do teclado (algo que foi alvo de algumas críticas no mais recente Macbook da Apple). O ecrã tem 13,5 polegadas e a estrutura é inteiramente em metal.

Apesar da incursão no fabrico de computadores, a Microsoft não descartou a linha de tablets Surface e apresentou o Surface Pro 4, vocacionado para uso profissional. É um concorrente directo do iPad Pro, da Apple, que há pouco menos de um mês marcou a entrada desta empresa no segmento dos tablets para profissionais. Este segmento oferece perspectivas de crescimento, numa altura em que as vendas de tablets estão em queda, apertadas entre computadores portáteis cada vez mais leves e finos, e telemóveis com ecrãs cada vez maiores. Números da analista IDC indicam que a procura por tablets caiu 7% no segundo trimestre deste ano face ao mesmo período de 2014.

A Microsoft apresentou também três novos telemóveis Lumia, o 950 e o 950 XL e o 550, que são os primeiros a ter o Windows 10. Os esforços da Microsoft para promover o uso de Windows em telemóveis – que incluem a milionária aquisição desta unidade de negócios à Nokia – têm dado poucos frutos. O sistema (que é usado em alguns modelos de outras marcas para além dos Lumia) tem apenas 2,6% do mercado, segundo a IDC.

Notícia corrigida: o texto indicava que a Microsoft apresentou os telemóveis Lumia 950 e 950 XL. Apresentou também o Lumia 550.

 

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