Zuckerberg admite projecto de Internet gratuita na Europa mas não é uma prioridade

Internet.org é um programa que quer tornar acessíveis serviços básicos online de forma gratuita a países em desenvolvimento.

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Mark Zuckerberg teve mais uma conversa online com os utilizadores do Facebook LLUIS GENE/AFP

O co-fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, admitiu que pretende trazer até à Europa o projecto Internet.org, um programa que quer tornar acessíveis serviços básicos online de forma gratuita a países em desenvolvimento e em zonas do mundo onde a população ainda não tenha capacidade para aceder à Internet. Mas essa não é uma prioridade, para já, para a rede social.

Zuckerberg, que respondeu na sua página no Facebook, no final de terça-feira, a várias questões colocadas por utilizadores da rede social, falou sobre o Internet.org, depois de ter sido questionado sobre se tinha planos para estender o programa à Europa. “Sim, queremos levar o Internet.org a todos os lugares onde existam pessoas que querem ligar-se [online]. Estamos a começar por dar prioridade a países com o menos pessoas ligadas e por trabalhar com operadores de comunicações e governos que estão mais entusiasmados em trabalhar com o Internet.org para ter todas as pessoas ligadas online nos seus países”, respondeu Zuckerberg de volta.

Segundo dados da Internet.org, uma instituição que pretende acesso generalizado à Internet, mais de 85% da população mundial vive em áreas com cobertura para telemóveis, mas apenas 30% acede à Internet. Há cerca de um ano, o Facebook anunciou que estava empenhado em ligar à Internet dois terços da população mundial ainda sem acesso à web.

Entre os utilizadores do Facebook que participaram na conversa escrita de terça-feira esteve Richard Branson, o empresário britânico e fundador do grupo Virgin. A Zuckerberg disse partilhar a sua visão de que é “crucial” tornar a Internet acessível aos dois terços da população mundial ainda sem ligação ao mundo online e questionou-o sobre quais serão os grandes benefícios de um projecto como o Internet.org. “Acesso à educação, informação sobre questões de saúde, emprego e mais. Muitos estimam que por cada mil milhões de pessoas que ligamos online, conseguimos tirar de pobreza mais de 100 milhões”, observou o co-fundador do Facebook.

“Mas uma coisa que muitas vezes ignoramos nesta discussão é a forma como todos os que já estão conectados vão beneficiar de ter todas as pessoas online”, sublinhou depois Mark Zuckerberg. O norte-americano realça que “há muitos empresários brilhantes que estão lá fora, com grandes ideias e vontade de mudar o mundo, mas que não têm as ferramentas básicas para fazê-lo”. Segundo, Zuckerberg “quase dois terços desses empresários não têm acesso à Internet”. “Uma vez que estejam ligados, poderemos ter três vezes mais ideias boas e novos serviços incríveis que vão beneficiar a todos no mundo”.

Durante a conversa com os utilizadores, Zuckerberg falou ainda de outros projectos do Facebook, como os óculos de realidade virtual Oculus Rift, um produto da empresa Oculus, adquirida  em Março do ano passado pela rede social por dois mil milhões de dólares. Os Oculus Rift oram originalmente concebidos para videojogos, mas Mark Zuckerberg quer levá-los a outras áreas.

O norte-americano quer que os óculos de realidade virtual permitam que as pessoas que se encontram em locais distintos possam comunicar e partilhar os filmes em 3D que criarem com amigos. "A nossa missão é dar às pessoas o poder de experimentarem qualquer coisa. Mesmo que não tenhamos a capacidade de viajar para qualquer lugar, ou estar com alguém em pessoa, ou até mesmo se algo é fisicamente impossível de construir no nosso mundo analógico, o objectivo é ajudar a construir um meio que crie a capacidade para fazer todas estas coisas que de outra forma não conseguiríamos fazer”, respondeu Zuckerberg a um utilizador.

O CEO do Facebook sublinhou ainda que os Oculus Rift são também um meio de comunicação “incrivelmente poderoso”. “Da mesma forma que tiramos fotografias e fazemos vídeos hoje em dia e, em seguida, os partilhamos na Internet, vamos ser capazes de capturar cenas em 3D e criar novos ambientes e em seguida partilhá-los também. Vai ser bem selvagem", concluiu.

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