Mais vale um ano

Cedo se aprende que, no que toca a assinaturas de qualquer espécie, ganha-se muito em ser promíscuo.

Repara-se com irritação que os novos clientes recebem sempre mais descontos do que os existentes e fiéis.

Cedo se aprende que, no que toca a assinaturas de qualquer espécie, ganha-se muito em ser promíscuo. O comportamento que atrai as ofertas mais económicas é ser-se volúvel.

Só esta semana, por exemplo, desisti de pagar 10 euros por mês para ter 1 TB na Dropbox. Mal cliquei no botão do cancelamento, surgiu logo uma oferta de 2 TB pelo mesmo preço, caso permanecesse.

Registei e recusei. Recompensam os traidores. Se é assinante da Dropbox Pro e quer duplicar o armazenamento, já sabe como fazer.

A principal coisa a saber é que um princípio fundamental da economia é que as empresas, tal como as pessoas, gostam de rendas: quantias fixas que entram regularmente. Preferem a certeza de rendimentos garantidos e cronometrados à incerteza das compras impulsivas.

É por isso que as revistas e os jornais preferem os assinantes (que pagam muito menos) aos clientes que pagam mais para decidir se vão ou não comprar a publicação que vêem à venda.

Nesta semana em que a magnífica The New Republic (três euros por duas edições quinzenais) foi assassinada por ganância, o The New York Times ofereceu, aos assinantes voláteis (como eu), um ano inteiro por seis euros por mês. Aceitei logo: 20 cêntimos por dia é irrecusável.

O gancho é ser o ano inteiro. Um mês apenas – como é o caso do PÚBLICO e de todos os outros grandes jornais diários que conheço e assino – não chega.

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