Lucro do Facebook dispara graças aos dispositivos móveis

O número de pessoas que acedem todos os dias em telemóveis e tablets cresceu 39%.

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Os últimos resultados do Facebook dão a Zuckerberg razões para sorrir Jim Urquhart/Reuters

Milhões de pessoas pegam no telemóvel incontáveis vezes por dia para ver o que se passa no Facebook, um hábito que se está a revelar muito rentável para a empresa. No segundo trimestre deste ano, as receitas do Facebook aumentaram 61%, para 2910 milhões de dólares, e o lucro disparou 147%, atingindo 791 milhões de dólares. Os anúncios mostrados a utilizadores de telemóveis e tablets geraram quase dois terços do dinheiro feito com publicidade.

A rede social continua a melhorar todas as métricas, financeiras e de adesão. No final do trimestre, o Facebook tinha uma média de 829 milhões de utilizadores diários, mais 19% do que no ano anterior. Contabilizando apenas os utilizadores que acedem todos os dias em telemóveis e tablets, o crescimento foi de 39%, para 654 milhões. No total, 1320 milhões de pessoas entram no Facebook pelo menos uma vez por mês – cerca de um quinto da população mundial.

A acompanhar a subida das receitas e do lucro, o Facebook melhorou também a margem operacional, que foi de 48% no último trimestre, substancialmente acima dos 31% de há um ano e o melhor valor de sempre. Isto significa que, por cada dólar de receita, o Facebook lucra 48 cêntimos antes de pagar juros e impostos.

Os bons resultados impulsionados pelos anúncios para telemóveis e tablets são resultado de um grande esforço da empresa para rentabilizar os utilizadores destes aparelhos, um factor que chegou a preocupar muitos investidores. Quando entrou em bolsa, em Maio de 2012, o Facebook praticamente não fazia dinheiro em dispositivos móveis. Um ano depois, estes aparelhos eram responsáveis por 30% do dinheiro feito com anúncios. Para além da publicidade, o Facebook faz ainda dinheiro com o processamento de pagamentos electrónicos (por exemplo, compras feitas pelos utilizadores em jogos) – este negócio representou 8% das receitas totais.

Numa teleconferência que se seguiu à apresentação de resultados, na noite desta quinta-feira, o presidente executivo, Mark Zuckerberg, fez questão de frisar que a empresa quer fazer apostas de longo prazo que não serão imediatamente rentáveis, como a funcionalidade de pesquisa na rede social e a tecnologia de realidade virtual, em vez de explorar apenas o enorme negócio da publicidade. 

“Acreditamos que vai demorar anos até que [as novas tecnologias desenvolvidas pela empresa] sejam para nós um negócio enorme”, afirmou Zuckerberg. “Podíamos adoptar a abordagem fácil e barata de pôr anúncios e de fazer pagamentos, e fazer dinheiro no curto prazo, mas não vamos fazer isso. Podemos definir o que vai ser a próxima geração da computação. A realidade virtual e a realidade aumentada vão ter um papel importante nisto”. Em Março, o Facebook comprou uma empresa de realidade virtual por dois mil milhões de dólares (aproximadamente 1500 milhões de euros, ao câmbio actual).

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