Jogadores profissionais de videojogos vão fazer testes antidoping

Alguns jogadores recorrem a medicamentos para aumentar a sua capacidade mental durante os torneios.

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SEBASTIEN BERDA/AFP

Não são só os atletas que são submetidos a testes antidoping nas competições. Os jogadores profissionais de videojogos vão passar a realizar análises para determinar se a sua performance nos torneios se deve ou não à utilização de medicamentos.

O anúncio foi feito pela Electronic Sports League (ESL), a liga de desportos electrónicos, e a despistagem de doping vai começar a ser feita em Agosto, no próximo torneio da ESL.

“Como a maior e mais antiga organização de e-sports, a ESL está empenhada em salvaguardar tanto a integridade das nossas competições como a dos e-sports. Queremos garantir que conseguimos fornecer o ‘fair play’ a todos os jogadores participantes”, indica a organização numa nota divulgada no seu site.

A decisão surge depois de Kory Friesen, um jogador de videojogos conhecido como Semphis, ter admitido em Março que tomou Adderall, um medicamento indicado para o tratamento do transtorno do défice de atenção e hiperactividade, e que aumenta a concentração e a capacidade da memória.

Tom Phillips, editor no site Eurogamer, explicou à BBC que algumas das competições de videojogos têm como prémio grandes quantias de dinheiro, que em alguns casos podem chegar ao meio milhão de dólares (456 mil euros), e a possibilidade de um jogador arranjar patrocinadores aumenta. “Podemos perceber porque algumas pessoas aumentam a sua performance de forma ilegal”, disse Phillips.

“Em muitos dos jogos o que importa é número de interacções por minuto e é preciso reflexos rápidos para competir”, acrescentou o responsável do Eurogamer, acrescentando que se no caso dos desportos tradicionais, os atletas podem recorrer a medicamentos para “aumentar a sua capacidade física”, no caso dos jogadores de videojogos o objectivo é “melhorar a habilidade mental”.

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