IBM deixa de produzir chips e queixa-se do “ritmo de mudança no sector”

Multinacional vai pagar 1500 milhões de dólares para se livrar do negócio.

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A centenária IBM está em fase de transformação Gleb Garanich/Reuters

As acções da IBM afundaram nesta segunda-feira, numa queda que chegou a ser de 8,4%, fazendo a cotação descer para o valor mais baixo dos últimos quatro anos. A descida surge depois de a empresa comunicar uma quebra nos resultados trimestrais e a decisão de abandonar o fabrico de semicondutores, ou chips, uma peça central no funcionamento de aparelhos como computadores e telemóveis.

“Estamos desiludidos com o nosso desempenho”, reconheceu, num comunicado, a presidente executiva, Ginni Rometty. “Assistimos em Setembro a um significativo abrandamento do comportamento comprador por parte dos clientes, e os nossos resultados também indicam um ritmo de mudança sem precedentes no nosso sector.”

As receitas da IBM no terceiro trimestre deste ano foram de 22.400 milhões de dólares (17.500 milhões de euros), menos 4% do que no mesmo período do ano passado e a décima quebra trimestral consecutiva. O lucro caiu para 3500 milhões de dólares, o que significa um recuo de 17% em termos anuais.

Os resultados levaram a que a empresa abandonasse um compromisso estabelecido em 2010 com os investidores de conseguir lucros de 20 dólares por acção no próximo ano. No trimestre passado, os lucros foram de apenas dois cêntimos de dólar por acção. Em Janeiro, a IBM vai comunicar uma nova meta de resultados.

A multinacional anunciou ainda que vai alienar o negócio de fabrico de chips, uma área em que historicamente tem tido um papel importante de desenvolvimento tecnológico. O negócio será entregue à empresa americana GlobalFoundries, criada em 2009, que receberá para isso 1500 milhões de dólares, pagos ao longo de três anos. A IBM, porém, garantiu que continuará a investir no desenvolvimento desta tecnologia.

A empresa, que foi fundada em 1911 e foi uma das que participaram no advento da computação, está numa fase de transição. No início deste ano, vendeu o negócio de servidores empresariais à chinesa Lenovo, a quem já tinha entregue também a divisão de computadores pessoais. A IBM pretende centrar-se em áreas como a computação em nuvem, e o armazenamento e análise de dados.

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