Fabricantes de smartphones e operadoras assinam compromisso anti-roubo

Documento prevê que os aparelhos tenham integrado um sistema anti-roubo ou permitam que seja descarregado pelo utilizador.

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Nicolas ASFOURI/AFP

Empresas como a Apple, Google, HTC, Huawei, Motorola, Microsoft, Nokia e Samsung subscreveram um acordo segundo o qual, a partir de Julho de 2015, os novos modelos de telemóveis lançados nos Estados Unidos devem integrar um sistema anti-roubo gratuito, anunciou a CTIA, associação da indústria de telecomunicações norte-americana.

Chama-se Compromisso Voluntário Anti-roubo de Smartphones e é o “esforço mais recente da indústria para impedir o roubo de telemóveis nos Estados Unidos”, sublinha a CTIA em comunicado.

As empresas e algumas operadoras telefónicas nos Estados Unidos comprometeram-se a disponibilizar tecnologia gratuita para novos modelos de smartphones comercializados a partir do Verão do próximo ano, que integre de origem o aparelho ou que possa ser descarregada pelo utilizador.

Segundo a CTIA, o sistema anti-roubo deve ter capacidade para remover os dados do proprietário do telemóvel, se este o pretender, no caso de ter sido perdido ou roubado, tornar o aparelho inoperacional a um utilizador não autorizado (através do bloqueio da password ou PIN) ou ainda tornar o smartphone operacional se for recuperado pelo proprietário e retomar os dados que ficaram indisponíveis devido a uma situação de roubo.

O compromisso surge depois de ter sido apresentado, na última sexta-feira, o projecto-lei “kill switch”, assim designado por exigir que smartphones e tablets tenham um software que inactive por completo o aparelho se este for roubado.

Com esta medida, os apoiantes do projecto-lei consideram que se tornará menos atractivo roubar um aparelho, por este ficar sem qualquer tipo de acesso. Caso seja aprovado o documento, os aparelhos devem ter o software instalado a partir de 1 de Janeiro de 2015, muito mais cedo que o previsto pelo compromisso agora assinado.

O projecto-lei não tem, no entanto, o apoio da CTIA e da indústria. O presidente da associação, Steve Largent, sublinha no comunicado divulgado na terça-feira que é “importante que diferentes tecnologias estejam disponíveis para que não seja criado um alçapão que possa vir a ser explorado por hackers e criminosos”.

Se, por um lado, o anúncio do compromisso foi bem recebido, por outro responsáveis como o procurador-geral de Nova Iorque, Eric Schneiderman, e o procurador distrital de São Francisco, George Gascon, consideram que este é fraco nas expectativas. Num comunicado conjunto, citado pela Reuters, Schneiderman e Gascon aplaudem a iniciativa mas defendem que um “novo compromisso voluntário para tornar disponíveis recursos que impeçam o roubo de smartphones […] fica aquém do que é preciso para terminar de forma efectiva o roubo epidémico de smartphones”.

Os dois procuradores consideram que têm sido as empresas a impedir que existam sistemas anti-roubo mais eficientes, optando por propor seguros para os aparelhos. A CTIA defende que um projecto-lei como o “kill switch” pode permitir que hackers entrem no sistema e desactivem os aparelhos.

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