O Wave Glider, um equipamento movido a energia das ondas, vai ser colocado no sábado no mar da Nazaré para recolher informação sobre potenciais zonas para implementação de projectos entre Peniche e S. Pedro de Moel.

O equipamento, controlado remotamente e que se desloca de acordo com a força das ondas, “tem capacidade para recolher dados sobre as ondas, as correntes, as condições atmosféricas e presença de aves e mamíferos marinhos”, explicou Miguel Moll, um dos responsáveis pelo equipamento que será lançado ao mar no sábado.

A missão, apresentada nesta sexta-feira na Nazaré, prevê que o Wave Glider esteja na costa Oeste de Portugal “durante um mês”, efectuando percursos entre Peniche e S. Pedro de Moel, identificando “zonas com potencial para a implementação de projectos de energia renovável marinha”, afirmou Francisco Campuzano, coordenador do projecto em Portugal.

Equipado com hidrofone, câmara fotográfica, sensores atmosféricos, equipamentos de medição das correntes e sensor de agitação o Wave Glider permitirá ainda “recolher dados que podem ser comparados com a informação obtida através de duas bóias do instituto hidrográfico e do satélite Altika”, acrescentou o mesmo responsável.

Durante a permanência do equipamento no mar a Capitania do Porto da Nazaré vai “emitir semanalmente avisos sobre a sua localização” para que os arrastões que se dedicam à pesca de arrasto, “não colidam com a estrutura e lhe causem danos”, afirmou o capitão do Porto da Nazaré, Lourenço Gorricha.

“Sendo um equipamento que se desloca na água é necessário acautelar algumas situações, sobretudo em zona onde se verifica uma actividade de pesca bastante forte”, afirmou o comandante do Porto que já solicitou aos responsáveis pelo projecto “um plano de navegação detalhado” e que “verifiquem periodicamente se o equipamento visualmente identificável”.

Com dois metros de comprimento por 60 centímetros de largura, o Wave Glider tem uma composição semelhante à das pranchas de surf e pesa cerca de 150 quilos.

A estrutura tem custo de cerca de 200 mil euros e sua manutenção no mar, durante um mês, terá um custo estimado de 60 mil euros.

A monitorização que vai ser feita na Nazaré e, dentro de dias arrancará também na Escócia, enquadra-se no projeto Europeu Turnkey (Transforming Underutilised Renewable Natural Resource into Key Energy Yields), que visa o estudo das Energias Renováveis Marinhas.

O estudo cientifico que está a ser desenvolvido conta com seis entidades parceiras e envolve quatro países; Escócia Portugal, França e Espanha, dos quais, numa primeira fase, apenas os dois primeiros vão ter o equipamento a monitorizar o mar.