Empresa acusa Google de esconder o seu serviço de e-mail no motor de busca

A ProtonMail alega que a sua posição no ranking do motor de pesquisa foi prejudicada durante quase um ano. O Google diz ter resolvido o problema.

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Startup alerta para a possibilidade de as empresas poderem ser obliteradas nas pesquisas online AFP/SAM YEH

O gigante tecnológico Google foi acusado de esconder os resultados referentes ao serviço de e–mail da ProtonMail no seu motor de busca. Os factos remontam a Outubro de 2015, altura em que a empresa verificou que o seu ranking vinha a decrescer até ao ponto de deixar de estar visível, noticia o jornal britânico Guardian.

Em 2014, a startup ProtonMail criou um sistema de fornecimento de contas de e-mail encriptadas para utilizadores, o que lhe valeu a popularidade entre os utilizadores e consequentemente o seu crescimento comercial.

No entanto, em Outubro de 2015, a ProtonMail verificou que o seu lugar no ranking colapsou algumas posições. Na Primavera deste ano, de acordo a empresa, já não ocupava qualquer lugar. O resultado desta quebra inviabilizou a taxa de crescimento da ProtonMail, forçando-a a agir.

"Durante a Primavera de 2016, trabalhámos seriamente para entrar em contacto com o Google", diz o presidente executivo da empresa, Andy Yen, numa nota publicada no site da ProtonMail. "Fizemos dois pedidos de apoio ao cliente [tickets no original] no formulário de reporte de spam da web a explicar a situação. Até contactámos o presidente do Google para as relações estratégicas da EMEA, mas não obtivemos resposta, nem melhorias ", cita o Guardian.

Foi preciso recorrer à rede social Twitter para forçar a resposta daquele que é o maior motor de busca. Na mesma nota, Andy Yen sublinha que 90% das pesquisas online na Europa são feitas através do Google.

A multinacional recusou-se a comentar, mas fonte da empresa disse ao Guardian que, após a queixa do ProtonMail, os técnicos do Google conseguiram encontrar e corrigir o problema que afectava os resultados da pesquisa. À empresa lesada, o Google adianta que “os resultados podiam ser vistos imediatamente”. A página oficial da ProtonMail retornou à primeira página de resultados, onde permanece desde então. Contudo o Google continua “sem fornecer mais detalhes” sobre o que verdadeiramente ocorreu, salienta ProtonMail.

Apesar de o caso ter tido uma resolução favorável, a ProtonMail diz que este episódio ilustra o “risco de busca” associado à posição dominante do Google no mercado. A empresa classifica a situação de "grave" e posiciona-se a favor de mais transparência e supervisão.

"O perigo é que qualquer serviço como o ProtonMail pode ser facilmente suprimido por empresas de busca ou por governos que controlam essas empresas de busca", escreve. "Isso pode acontecer mesmo fora das fronteiras nacionais”, lê-se no site da empresa.

Os pedidos de transparência e supervisão sobre as acções levadas a cabo pelo Google, detentora de um dos populares motores de busca do planeta, levaram a que a Comissão Europeia instaurasse um processo antitrust à empresa norte-americana. O Google tem até esta segunda-feira para exercer o seu direito de resposta sobre as acusações que constam neste processo.

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