Congresso Judaico Mundial acusa Youtube de não eliminar vídeos anti-semitas

"É evidente que Google e YouTube não estão a lidar seriamente com este problema", disse Thaidigsmann.

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O Congresso Mundial Judaico (CJM) acusou esta segunda-feira a versão alemã do Youtube de não agir de forma “séria” por não eliminar milhares de vídeos neonazis, apesar do seu conteúdo anti-semita.

“Por que é que a Google se recusa a agir contra a proliferação de vídeos racistas e anti-semitas na sua plataforma?”, pergunta Robert Singer, vice-presidente do Congresso Judaico Mundial, numa carta endereçada a Philipp Justus, vice-presidente da Google na Europa Central e de Leste e director-geral da Google alemã. No texto, ao qual a AFP teve acesso, o vice-presidente do Congresso Judaico Mundial questiona se as “músicas que glorificam o assassinato em massa de judeus se incluem na liberdade de expressão”. Robert Singer dá como exemplo a música “In Belsen” do grupo de extrema-direita Kommando Freisler, cujos membros foram condenados a pena de prisão em 2009, por incitar ao ódio racial.

O vice-presidente do Congresso Judaico Mundial afirma que já em Setembro de 2015 o director do memorial do campo de concentração Bergen-Belsen, localizado no norte da Alemanha também já tinha pedido o bloqueio do polémico vídeo. No entanto, terá sido apenas depois de um artigo do jornal diário alemão Bild que esta e outras canções da banda foram retiradas do Youtube, de acordo com o porta-voz do CJM, Michael Thaidigsmann.

"É evidente que Google e YouTube não estão a lidar seriamente com este problema", disse Thaidigsmann, acusando o Youtube de lentidão. Um porta-voz do YouTube Alemanha indicou que a plataforma tem "directivas claras quanto à retirada de mensagens de ódio (...) ou que incitem ao ódio racial".

Segundo a AFP, durante a tarde de segunda-feira, todos os vídeos constantes de uma lista enviada por e-mail pelo CJM haviam sido retirados do YouTube.

O PÚBLICO fez o exercício. Ao pesquisar a música referida por Robert Singer, o Youtube avisa-nos de que este é um conteúdo “identificado pela comunidade YouTube como sendo potencialmente ofensivo ou impróprio”. No entanto coloca a sua visualização “ao critério do espectador” e permite continuar para a página da música.

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