A cidade remota de Villa Talea de Castro, que possui uma população residual de 2500 habitantes, possui agora a sua própria rede de telecomunicações.

 A RCT resultou de uma colaboração entre organizações não-governamentais e a comunidade local.

“Procurámos utilizar todas as parcelas do espectro radioeléctrico que existe no espaço aéreo mexicano”, contou à AFP Israel Hernández, um dos fundadores do projecto.

Os habitantes de Villa Talea conseguiram uma licença de dois anos da Comissão Federal de Telecomunicações (Cofetel) para experimentarem a tecnologia, e esta foi fornecida por uma companhia norte-americana.

“Ainda existem alguns problemas técnicos, uma vez que estamos em fase de testes, mas tem tudo corrido bem.

Três meses depois de iniciarmos as operações, já temos mais de 600 utilizadores por mês que já acham as 11 linhas existentes insuficientes”, remata Hernández.

“Bem-vindo à rede móvel da TCT. Para se registar dirija-se à Rádio com esta mensagem”, diz um texto que recebemos no telemóvel assim que chegamos a Villa Talea de Castro.

“Sou pai de dois filhos que não vivem aqui e falo com eles duas a três vezes por semana”, revelou Ramiro Pérez, funcionário num restaurante local, à AFP. “Por apenas 15 pesos (cerca de 0.85 euros) por mês, faço e recebo os telefonemas necessários para resolver assuntos laborais e de família”.

O homem de 60 anos estava ‘refém’ das cabines telefónicas que cobravam até 10 pesos (0.60 euros) por minuto.

Villa Talea de Castro vê no cultivo de café a sua principal actividade económica, e dado o seu isolamento, é frequente os jovens emigrarem para outras cidades e até mesmo para os EUA em busca de melhores condições de vida.

Foi a organização Rhizomatica a responsável pela implementação do projecto, através de um equipamento de sistema global (GSM) de baixo valor, para além do recurso a software livre e da tecnologia Volp (Voice over IP), sendo possível assim transmitir-se online voz em formato digital.