China limita exportações de drones e supercomputadores

Aparelhos não tripulados com fins comerciais não serão abrangidos pelas restrições impostas pelo Governo de Pequim.

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Patrick T. Fallon/Reuters

O ministro chinês do Comércio anunciou que o país vai restringir as exportações de drones avançados e supercomputadores a partir de 15 de Agosto. O jornal estatal China Daily indica que a medida pretende evitar que estes equipamentos ponham em causa o “compromisso de segurança nacional”.

A partir de dia 15, as empresas que fabriquem drones avançados e supercomputadores terão que fazer um registo das exportações que pretendem fazer junto das autoridades do comércio.

Para fazer o registo há alguns passos a dar. Os fabricantes devem submeter as especificações técnicas dos equipamentos que pretendem exportar, bem como indicar o tipo de contrato que querem estabelecer com os clientes, a sua identificação e qual será a utilização da tecnologia. O processo deverá demorar cerca de 45 dias, até que haja uma resposta ao pedido de aprovação para a exportação.

No caso dos drones, ficam limitados a exportações os que conseguem manter-se no ar durante mais de uma hora, que sobrevivam a condições meteorológicas extremas e os que conseguem voar acima dos 15 metros de altitude. Para já, não há indicação de que as restrições previstas abranjam os drones com fins recreativos ou comerciais.

Em declarações ao China Daily, o vice-presidente da DJI Technology, empresas líder mundial no mercado dos drones comerciais, diz que as limitações impostas pelo Governo “vão proteger as principais empresas chinesas de tecnologia”.

Quanto aos supercomputadores, que podem ser usados para experiências científicas, explosões nucleares, previsões meteorológicas ou gestão de sistemas financeiros complexos, qualquer um com mais de 8 teraflops de velocidade, ou seja 8 mil milhões de milhões de cálculos por segundo, não pode ser exportado. A China é o fabricante mundial do TianHe-2, o supercomputador mais poderoso do mundo.

Estas restrições seguem-se às decididas em Abril último pelo Governo norte-americano. As empresas de tecnologia Intel e Nvidia ficaram impedidas de vender chips a quatro centros chineses de construção de supercomputadores. Washington considerou que os aparelhos chineses estão a ser usados para actividades nucleares e atentam contra os interesses norte-americanos. Os supercomputadores TianHe-1A e TianHe-2 utilizam chips Xeon fabricados pela Intel, sendo que o TianHe-1A usa ainda chips da Nvidia.

O editor da Kanwa Defense, publicação online de Hong Kong que se dedica a assuntos militares, explicou ao Wall Street Journal que as restrições às exportações terão como principal objectivo chamar a atenção para o poder da tecnologia chinesa e colocá-la numa melhor posição de negociação com outros países. “É para afirmar que têm ‘a’ tecnologia. É uma atitude”, reforçou Andrei Chang ao jornal.

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