A BlackBerry – a fabricante canadiana de telemóveis que se tornou irrelevante no mercado de consumo, mas que está a esforçar-se por manter os clientes empresariais e institucionais – tem seguido o caminho da redução de custos. A empresa anunciou mais um despedimento de trabalhadores, mas não especificou quantas pessoas serão despedidas.

O corte vai afectar a unidade de dispositivos, que é responsável pelo desenvolvimento de telemóveis e do respectivo software e aplicações. O objectivo é devolver esta operação à rentabilidade, numa fase em que a estratégia da BlackBerry é focar-se nos sistemas de comunicação e funcionalidades de segurança que a tornaram no passado uma opção popular entre empresas e entidades públicas. 

A multinacional empregava no final do ano passado cerca de sete mil pessoas, depois de ter feito vários despedimentos em anos recentes. Em Setembro de 2013, depois de constatar o falhanço comercial dos telemóveis e do sistema operativo que lançara nove meses antes, a empresa decidiu cortar 4500 trabalhadores.

“À medida que a empresa avança para a nova fase da viragem, a nossa intenção é realocar recursos de formas que nos permitam capitalizar melhor as nossas oportunidades de crescimento, enquanto avançamos para uma rentabilidade sustentável em todas as facetas do nosso negócio”, disse a BlackBerry, num comunicado.

Desde que o actual presidente executivo, John Chen, assumiu o cargo, há cerca de ano e meio, a empresa tem-se focado nos sistemas de comunicação e outras ferramentas voltadas para os clientes empresariais, mas também lançou um novo modelo de telemóvel. O BlackBerry Passport, com um ecrã quadrado e o teclado físico que foi a imagem de marca dos produtos da companhia, foi apresentado no ano passado e foi o primeiro lançamento do género desde Janeiro de 2013, quando o antecessor de Chen tinha lançado os modelos Q10 e Z10, bem como um novo sistema operativo.

No período de 12 meses que terminou no final de Fevereiro, a BlackBerry viu as receitas caírem para 3335 milhões de dólares (3029 milhões de euros), menos de metade do registado no anterior. Porém, a empresa conseguiu reduzir drasticamente as perdas operacionais, que passaram de 7184 milhões de dólares para 423 milhões. Os prejuízos foram de 304 milhões.