Com um aspecto pouco usual, o novo BlackBerry Passport vai chegar ao mercado esta semana. É o primeiro lançamento de um produto para o mercado global desde Janeiro do ano passado

Numa entrevista ao jornal americano The Wall Street Journal, o presidente executivo da BlackBerry, John Chen, adiantou que o telemóvel será lançado na quarta-feira no Reino Unido, Canadá e no Dubai, três territórios onde a marca foi particularmente popular. Acrescentou também que nos EUA custará 599 dólares quando comprado sem contrato com operadores. A empresa ainda não especificou pormenores de lançamentos para os outros países. 

O Passport distingue-se pelo ecrã quadrado de 4,5 polegadas, sensível ao toque, e pelo teclado físico (uma das imagens de marca da BlackBerry), que surge neste modelo num formato diferente, com apenas três filas de teclas ao longo da base do aparelho. Tentando apelar aos utilizadores que usam o telemóvel para trabalho, o formato e a resolução do ecrã permitem ver mais letras em cada linha de texto do que a generalidade dos telemóveis com um formato convencional.

O novo aparelho, que já tinha sido mostrado, chega ao mercado quando a Apple acabou de lançar dois novos modelos do iPhone e numa altura em que os telemóveis BlackBerry praticamente já não têm expressão nas vendas.

Segundo dados da empresa de análises IDC, a BlackBerry tinha no segundo trimestre deste ano uma quota de apenas 0,5%, muito longe dos 13,6% de 2011. No ano passado, foi ultrapassada pelo Windows Phone, da Microsoft, na corrida pelo terceiro lugar no mercado dos smartphones. Os muitos Android totalizavam 85% do mercado e a Apple tinha 12%.

Quando a procura já estava em declínio, a BlackBerry lançou o Z10 e o Q10, equipados com um novo sistema operativo e com o objectivo de cativar utilizadores, particularmente no segmento do consumo. Os dois modelos, apesar das críticas positivas por parte da imprensa especializada e de analistas, revelaram-se um fracasso. Desde então, a empresa tem feito apenas lançamentos locais, apostando em mercados como a Índia.

Com a marca incapaz incapaz de inverter a tendência de queda, John Chen assumiu a liderança com a estratégia de aproveitar os clientes empresariais, que, para além dos aparelhos, também usam os sistemas de comunicação da BlackBerry.