Apple regressa às novidades após "hibernação" que afugentou investidores

Após meses sem anúncios de monta e durante os quais as acções caíram 37%, a empresa está prestes a revelar novos produtos.

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Jonathan Ive tem estado a redesenhar o sistema móvel Dado Ruvic/Reuters

Começa nesta segunda-feira, em São Francisco, a conferência anual da Apple destinada a programadores. O evento foi usado nos anos anteriores para apresentar todo o tipo de novidades, desde novas versões dos sistemas operativos a novos computadores e serviços.

Na apresentação de arranque do evento (que está agendada para decorrer entre as 18h e as 20h, hora de Lisboa), a Apple vai mostrar o iOS 7, a nova versão do sistema operativo para iPhone, iPad e iPod Touch. O director-executivo, Tim Cook, confirmou numa entrevista recente que a interface do sistema tem estado a ser redesenhada pelo britânico Sir Jonathan Ive, o guru do design que está na empresa desde 1992.

A Apple parece ter estado em hibernação: a World Wide Developers Conference acontece após nove meses sem novidades significativas, um período anormalmente longo para a multinacional americana (o iPhone 5 foi apresentado em Setembro, juntamente com uma nova linha de iPods e um renovado iTunes; o iPad Mini surgiu em Outubro).

Em vésperas da conferência, a Apple tem estado também a fechar acordos com editoras de música, o que tem sido interpretado como um sinal de que quer apresentar já nesta segunda-feira um novo serviço musical, a que a imprensa tem chamado iRadio, antecipando o anúncio de uma rádio online de música ajustada aos gostos de cada ouvinte.

A editora Sony/ATV Music (resultado de uma parceria entre a Sony e Michael Jackson, feita na década de 1990) confirmou ter fechado um contrato de dois anos com a Apple. Vários órgãos de comunicação, incluindo o jornal The New York Times e a agência Bloomberg, noticiaram acordos semelhantes com outras grandes editoras (entre os quais, a Universal, a Warner e a Sony Music Entertainment), embora não haja confirmação oficial das empresas.

Os investidores têm manifestado nos últimos meses receios sobre a capacidade de inovação da Apple e sobre a ameaça dos Android no mercado dos smartphones. Números da IDC indicam que, no primeiro trimestre do ano, a Apple tinha uma fatia de mercado de 17,3%, uma redução face aos 23% do primeiro trimestre de 2012 (embora esteja a vender mais iPhones do que no ano passado, a Apple não está a acompanhar o ritmo de crescimento do mercado).

Desde Setembro, as acções da empresa estão em queda acentuada. Depois de atingir um pico recorde a 19 de Setembro (dia em que a cotação fechou nos 702,10 dólares), o preço foi resvalando para os 441,81 dólares da sexta-feira passada, uma queda de 37%.

Fotografias dos preparativos no local onde a World Wide Developers Conference vai decorrer, e que foram entretanto publicadas online, revelaram cartazes relativos ao sistema operativo para OS X, que equipa os computadores Mac. No ano passado, foi anunciado que todos os anos seria introduzida no mercado uma nova versão e é esperado que a empresa revele agora um novo OS X.
 
 
 

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