Apple redesenha plataforma móvel e lança novo serviço de música

iTunes Radio está disponível apenas nos EUA. Empresa mostrou também novos computadores e uma nova versão do OS X.

Tim Cook, na apresentação desta segunda-feira
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Tim Cook, na apresentação desta segunda-feira Stephen Lam/Reuters
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O iOS7 surge com um novo aspecto Stephen Lam/Reuters
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O novo Mac Pro, para o segmento profissional Stephen Lam/Reuters

A Apple redesenhou o sistema iOS, que equipa o iPhone, iPod Touch e iPad, e revelou, numa conferência nesta segunda-feira em São Francisco, o já antecipado iTunes Radio, um serviço para ouvir música gratuitamente, que será rentabilizado pela empresa com anúncios publicitários.

O iTunes Radio permite ouvir música em streaming, agrupadas em "estações", que se podem ir adaptando ao gosto do utilizador.

Apesar do sucesso do iTunes e do impacto que a loja teve na indústria musical, as tentativas da Apple para criar uma funcionalidade de descoberta social de música não têm tido muito sucesso. O iTunes Radio agora apresentado está integrado com o recente serviço de descoberta de música do Twitter e inclui um botão para comprar as canções directamente. Estará apenas disponível nos EUA, mas a empresa tenciona expandi-lo para outros países.

Já o iOS 7, uma das novidades mais aguardadas pelos entusiastas da marca, surge com um visual muito diferente e abdica de alguns dos aspectos estéticos que estavam presentes na plataforma desde o lançamento do iPhone, em 2007.

Parte da apresentação enfatizou as novidades estéticas, desenvolvidas sob a supervisão de Jonathan Ive, responsável pelo design de alguns dos mais icónicos produtos da marca. Entre as mudanças, estão novos ícones, transparências, uma nova tipografia. Em alguns aspectos, o sistema aproxima-se da estética do Windows Phone.

Também há mais funcionalidades para serem acedidas a partir do ecrã de bloqueio do telemóvel e a Apple estendeu a possibilidade de multi-tarefa a todas as aplicações, o que significa que o utilizador pode deixar qualquer aplicação a funcionar, enquanto usa outra.

Ainda antes de mostrar o novo sistema móvel, o director executivo, Tim Cook, passou vários minutos a sublinhar a fragmentação do sistema Android, que lidera o mercado. Cook notou que há várias versões de Android a serem usadas, argumentando que isso é um problema para os criadores de aplicações.

As acções da Apple, que caíram cerca de 37% desde Setembro, mês em que foi apresentado o iPhone 5, estavam, à hora de publicação deste artigo, em queda ligeira. A cotação estava nos 439,45 dólares, uma descida de 0,53% face ao preço de sexta-feira. 

Antes, Philip Schiller, vice-presidente de marketing, já tinha subido ao palco para apresentar uma nova linha dos ultra-portáteis Macbook Air, afirmando que a bateria é capaz de durar “o dia inteiro”. De acordo com os dados da empresa, o modelo com ecrã de 11 polegadas tem uma bateria com duração de nove horas, e o de 13 polegadas consegue 12 horas de funcionamento antes de ser carregado. Os dois modelos já estão a ser enviados para o retalho.

Schiller mostrou também uma nova linha de Mac Pro, a família de computadores destinada a utilizadores profissionais, tipicamente de vídeo e imagem. Para além da melhoria de desempenho, a apresentação sublinhou o novo design do computador, que ocupa um oitavo do volume do anterior Mac Pro e tem o aspecto de um cilindro preto. O executivo notou também que o computador, que estará disponível até ao final do ano, é montado nos EUA - a Apple tem sido criticada tanto pelas condições de trabalho nas fábricas que contrata na China, como pelo facto de não criar empregos na indústria americana.

Foi também revelada a décima versão do sistema operativo OS X. E a Apple parece ter esgotado a lista de felinos cujo nome pode ser dado a um sistema operativo. O novo sistema chama-se Mavericks, numa referência a um local na Califórnia. É a primeira vez que uma versão do OS X não tem o nome de um felino (a versão 10.0 chamava-se Cheetah e a 10.8, Mountain Lion).

O novo sistema traz novas funcionalidades para a gestão de ficheiros, incluindo separadores na aplicação de gestão de ficheiros (o Finder) e a possibilidade de lhes atribuir etiquetas (por exemplo, “importante”, “rascunhos”, “trabalho”, “escola”), permitindo o acesso a todos os ficheiros categorizados com etiqueta, independentemente de onde o utilizador os tenha guardado. De acordo com a Apple, o Mavericks inclui melhorias ao nível do desempenho e do consumo de energia.

O novo sistema inclui ainda a aplicação iBooks, que a Apple tinha lançado para os dispositivos móveis, e que permite comprar e ler livros. O browser Safari também surge renovado, com o que a empresa diz serem melhorias de desempenho. O Mavericks estará disponível no Outono. 

A Apple mostrou ainda uma versão do iWork (o pacote de aplicações de produtividade da Apple para criar documentos de texto, apresentações e folhas de cálculo) que funciona online, através do browser.

Artigo corrigido: por lapso, o OS X Mountain Lion estava identificado como sendo a versão 10.9. É a versão 10.8.
 

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