Airbus projecta avião hipersónico 4,5 vezes mais rápido do que a velocidade do som

Duas vezes mais rápido do que o Concorde, o aparelho conseguirá fazer ligações entre Paris e São Francisco em apenas três horas.

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Esta não é a primeira vez que a Airbus apresenta projectos para aviões que venham a ser os sucessores do Concorde (na foto) REMY GABALDA/AFP
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Um dos desenhos do projecto da Airbus que integrou o pedido de patente apresentado Airbus
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Esta não é a primeira vez que a Airbus apresenta projectos para aviões que venham a ser os sucessores do Concorde
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Esta não é a primeira vez que a Airbus apresenta projectos para aviões que venham a ser os sucessores do Concorde JOHANNES EISELE/AFP

A Airbus, grupo aeronáutico e de defesa europeu, viu aprovada uma patente nos Estados Unidos para a proposta de construção de um avião hipersónico que será 4,5 vezes mais rápido do que a velocidade do som. Ainda sem uma previsão para sua concretização, o projecto desafia não só a velocidade mas a altitude, podendo alcançar durante o voo 30 a 35 quilómetros, mais 20 do que um avião comercial tradicional.

Aquele que poderá vir a ser um sucessor do Concorde - o avião comercial supersónico que viajava 2,4 mais rápido do que a velocidade do som - e, segundo a patente apresentada, usará três tipos diferentes de motores, dois turbojets e um motor rocket, que lhe permitem subir quase na vertical.

A proposta da Airbus aprovada a 14 de Julho pelo US Patent Office, o gabinete de patentes norte-americano, tem ainda as chamadas “asas delta góticas” semelhantes às que embelezam o design do Concorde. O avião poderá transportar até 20 passageiros ou três toneladas de carga até uma distância aproximada de 9000 quilómetros. É movido a hidrogénio.

Segundo estimativas da Airbus, ligações aéreas entre Paris e São Francisco ou entre Tóquio e Los Angeles demorariam três horas, ao contrário da média de 12 horas necessárias actualmente.

Num email citado pela Reuters, um porta-voz da Airbus explica que o grupo e as suas divisões apresentam “centenas de patentes todos os anos no sentido de proteger a propriedade intelectual”. “Essas patentes são frequentemente baseadas em conceitos R&D [Research and Development, em português Investigação e Desenvolvimento] e ideias numa fase muito inicial de conceptualização e nem todas as patentes evoluem para uma tecnologia ou produto final”, acrescentou a mesma fonte.

A Airbus indica que o seu aparelho poderá ser usado em situações civis e militares. No primeiro caso, para um mercado destinado ao transporte de passageiros VIP ou viagens de negócios, situações que exigem viagens transcontinentais de ida e volta de um dia. No caso de ter uma aplicação militar, a empresa considera que será útil no transporte urgente de bens de elevado valor ou de comandos de elite equipados. Em termos de estratégia militar, a Airbus consegue imaginar o aparelho a lançar ataques de grande precisão.

Esta proposta segue-se a uma outra semelhante também apresentada pela Airbus, em 2011. Na altura, o grupo indicou que o projecto poderia ficar concretizado entre 30 a 40 anos até entrar em funcionamento. No entanto, o projecto nunca avançou. O agora avançado ao US Patent Office será uma actualização do apresentado há quatro anos e não há igualmente certezas de que alguma vez venha a sair do papel.

Neste momento, a Airbus está a trabalhar em dois outros projectos de aparelho hipersónicos em parceria com o Japão e uma dupla formada pela Austrália e Rússia. O objectivo é que o resultado deste trabalho conjunto consiga ser seis vezes mais rápido do que a velocidade do som.

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