Ah, pois...

Fosse eu mais novo e menos parvo compraria esta televisão por 500 euros e um portátil básico por 300.

Há 15 anos que eu não comprava um televisor. O Sony Trinitron que comprámos há 15 anos por uma fortuna pesa uma tonelada, ocupa uma sala onde faz companhia à igualmente bela e adormecida consola Nintendo Wi e recusa-se obstinadamente a morrer.

Não temos coração para deitá-lo fora: um televisor tão bom, indestrutível e indiferente ao descuido. Nunca olhámos nem para ele nem por ele. Mas ele continua irritantemente fresquinho, pronto e saudável. Oferecemo-lo grátis a quem passa por nós, mas a verdade é que ninguém o quer. E ele lá está, como um imperador japonês, desafiando-nos a desprezá-lo.

Há uns dias fui comprar um televisor para a minha mãe, que também não vê muita televisão mas gosta de ver um ou outro programa da BBC. Comprei uma TV da LG de 42 polegadas com 4K de definição – o último grito – por 499 euros.

Custou um terço do que custou o dinossauro da Sony, mesmo sem ajustar a inflação entre o ano 2000 e 2015.

Aceitou e reproduziu, espectacularmente, ficheiros mp4, avi e (espantosamente) mkv, introduzidos por uma mera pen espetada numa das três entradas USB do televisor.

Fosse eu mais novo e menos parvo compraria esta televisão por 500 euros e um portátil básico (para fazer os downloads e espelhar no écran gigante) por 300 euros. Compraria também duas pens de 64 GB por 40 euros: uma para espetar no televisor, para poder ver o que eu tinha guardado dentro dela, e outra para armazenar o que eu sacasse através do portátil.

Então não...

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