A vitória do iPhone ;)

Se há objecto que define os primeiros anos deste século, esse objecto é o “telefone esperto” – o smartphone, que foi apresentado há precisamente dez anos por Steve Jobs no anúncio do aparelho conhecido como iPhone.

Tal como há 100 anos o automóvel serviu para definir uma era, estes tempos são os do smartphone – que se tornou um instrumento absolutamente essencial para centenas de milhões de pessoas em todo o planeta. E quando se fizer a contabilidade destes tempos, será o iPhone que ficará na galeria de momentos a reter.

Tudo se resume à rapidez: o Model T anunciado por Henry Ford popularizou o automóvel e permitiu que a vida quotidiana mudasse para sempre. Na prática, o automóvel reconfigurou as cidades, primeiro, e os países, depois, para acomodar a nova forma de vida automobilizada. As distâncias ficaram mais curtas e as vidas mais próximas.

Tal como há 100 anos, é a velocidade que hoje faz a diferença. Comunicamos mais rapidamente e encolhemos as distâncias. E os Estados Unidos estão prestes a receber um Presidente que prefere comunicar com a nação pelo Twitter através do seu smartphone (nem por acaso, um Android).

Hoje o smartphone reconfigura todos os aspectos da vida moderna. E são as famílias, os empregos e as relações que se reconfiguram para melhor acomodar a utilização que fazemos dos aparelhos e das apps que neles vivem. E é redundante recordar que hoje tudo passa por um smartphone, tão redundante como reconhecer que este texto está a ser escrito precisamente num modelo que é herdeiro do aparelho cuja efeméride agora se celebra. E é essa redundância que melhor expressa o seu máximo triunfo.

O que é extraordinário é que este aparelho que agora se celebra tinha pouco de revolucionário. Já existiam telefones com funcionalidades avançadas, mas o produto da Apple foi o primeiro capaz de criar um mercado e uma necessidade que até aí não existiam. Graças aos modelos Apple, o formato do conhecimento e da informação mudaram definitivamente de trajectória. A escala planetária mudou, o mundo está efectivamente diferente. Graças ao iPhone.

Quando se repetem os chavões da disrupção e da inovação a troco de nada, convém pôr os termos em contexto: o iPhone foi disruptivo e (quase) tudo o resto desde aí foi inovador. É um privilégio raro e por isso é que o aparelho da Apple está na história.

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