Via do Infante perdeu quase metade do tráfego no último trimestre de 2012

Estes são os primeiros números depois do fim do regime de isenções e descontos para empresas e residentes. Quebra registou-se em todo o país.

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Nos protestos contra as portagens, alguns dos pórticos chegaram a ser vandalizados Melanie Map's

A Via do Infante registou uma quebra no tráfego médio diário (TMD) de 44,4% no último trimestre de 2012, indica um relatório do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT).

A antiga Scut do Algarve, portajada desde o final de 2011, registou entre Outubro e dezembro do ano passado um tráfego médio de 5514 viaturas por dia, quando no mesmo período do ano anterior era de praticamente 10.600 viaturas (-44,4%), indica o documento consultado pela Lusa.

Durante o último trimestre de 2012, o pico das quebras na Via do Infante verificou-se em Novembro. Neste mês, comparando com o mesmo do ano anterior, circularam naquela antiga Scut menos 55,5% de viaturas (-6215 viaturas diárias).

No mesmo período, a concessão Interior Norte (A24) registou uma quebra de 31%, com um TMD inferior a 3700 viaturas (-1739), enquanto a concessão Beira Interior (A23) registou menos 35,8% no movimento diário, que reduziu para 5188 viaturas (-3009). Já a concessão da Beira Litoral e Alta (A25) viu o tráfego cair 27,9%, também em comparação ao quarto trimestre de 2011, cifrando-se num TMD de 7811 viaturas (-3086).

Quebra média acima dos 13%

Estes são os primeiros números depois do fim do regime de isenções e descontos para empresas e residentes, praticado na área de influência das sete antigas Scut. Este modelo foi substituído em Outubro de 2012 por uma redução geral das tarifas em 15%. Na globalidade das 15 concessões nacionais (entre as quais as sete antigas Scut) avaliadas neste relatório, o IMT concluiu haver uma quebra média de 13,8%. A utilização média diária passou a cifrar-se em 13.281 viaturas, entre Outubro e Dezembro de 2012.

Já nas três antigas Scut do norte, que receberam portagens em Outubro de 2010, as quebras continuam a acentuar-se em todas, segundo o mesmo relatório de tráfego na rede nacional de auto-estradas, agora disponibilizado.

Na concessão Norte Litoral a quebra foi de 9,5%, do último trimestre de 2011 para igual período de 2012, com um TMD de 18.615 viaturas (-1952), e na concessão Costa de Prata a redução atingiu os 10,3%, que passou para 18.056 viaturas (-2072). Nas autoestradas que integram a concessão do Grande Porto a redução cifrou-se em 12,2%, com 19.177 viaturas todos os dias (-2663).

Segundo números avançados à Lusa nesta semana pela Estradas de Portugal (EP), aquela empresa pública arrecadou em 2012 cerca de 153 milhões de euros com as portagens introduzidas nas antigas Scut, mas essa cobrança custou 50 milhões de euros. Em causa estão os custos para manter essa rede de cobrança das sete concessões, que integra 77 pórticos, ou seja pontos de cobrança electrónica nos dois sentidos de circulação, além de outros equipamentos de apoio e recursos humanos e técnicos.

Na prática, um terço das receitas com a cobrança de portagens nas antigas Scut serviu para assegurar o próprio serviço de cobrança. O secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, anunciou na sexta-feira, em Valença, que o novo modelo que está a ser preparado para estas vias prevê a "equidade na cobrança" e uma tarifa "mais barata" nas vias do interior, com a definição de um valor máximo em função do índice de desenvolvimento de cada região.

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