Um em cada seis portugueses deverá ter pelo menos 80 anos em 2080

Em Portugal, a percentagem de internautas mais velhos não vai além dos 23%. A média europeia é de 42%.

Foto
Cerca de 30% dos idosos pagaram uma caução para entrar no lar PAULO PIMENTA

A percentagem de pessoas com idade igual ou superior a 80 anos na população total da União Europeia deverá aumentar para mais do dobro, de pouco mais de 5% em 2014, para mais de 12% em 2080. Em Portugal, espera-se que a subida seja ainda maior, passando dos actuais 5,5% para 15,8%, só sendo superado pela Eslováquia, que se prevê que venha a ter 16,3% de idosos com pelo menos 80 anos nessa data. São projecções do Eurostat, Serviço de Estatística da União Europeia, por ocasião do Dia Internacional das Pessoas Idosas que se assinala esta quarta-feira.

A União Europeia está a braços com o crescente envelhecimento da sua população. Em 2014, a percentagem de pessoas com idade igual ou superior a 65 anos atingiu 18,5% e prevê-se que continue a aumentar ainda mais no futuro, atingindo quase 30% em 2080. Esta proporção em Portugal é superior à média (chega a 19,9%) e em 2080 espera-se que chegue aos 35,7%.

Por um lado, o envelhecimento é um reflexo positivo do constante aumento da esperança de vida, afinal, quando chega aos 65 anos, uma mulher europeia pode contar viver, em média, mais 21,3 anos e um homem 17,9 anos. Por outro lado, “esta tendência demográfica coloca desafios importantes à União Europeia, nomeadamente no que se refere à situação económica e inclusão social das pessoas mais velhas”, lê-se no comunicado do Eurostat divulgado esta terça-feira.

O Eurostat dá conta do risco de pobreza e exclusão social entre os mais velhos. Com base em dados de 2013, diz-nos que 18,2% dos europeus com mais de 65 anos estão em risco, mas esse risco, é apesar de tudo, inferior à população abaixo dos 65 anos, em que a mesma percentagem se situa nos 25,9%. Esta tendência é observada em 20 Estados-membros. Em Portugal, a tendência é a mesma, ou seja, são mais as pessoas em risco de pobreza e exclusão social não idosas do que as têm mais de 65 anos.

Mas há oito países, caso da Bulgária, Estónia, Eslovénia e Croácia, em que os mais velhos correm mais risco de pobreza e de exclusão social. O caso búlgaro é o mais extremo pela negativa: 57,6% das pessoas com 65 ou mais anos estão em risco de pobreza, um risco quase 12% superior aos não idosos.

O relatório dá também do grau de envolvimento dos mais velhos (com idades entre os 65 aos 74 anos) com as novas tecnologias. É nos países do Norte da Europa que há mais idosos a usarem a Internet (o que signfica que recorreram à Net nos últimos três meses). A média de usadores da Internet mais velhos na União Europeia é de 42%, mas esta é largamente superada em países como a Dinamarca, com os usadores a chegarem aos 84%, 81% no Luxemburgo, 78% na Suécia e 68% na Finlândia.

Em Portugal a percentagem de internautas mais velhos não vai além dos 23%. Com resultados piores do que Portugal estão a Bulgária, a Itália, a Grécia, a Lituânia, o Chipre, a Croácia, a Polónia e a Roménia. Em Portugal, dentro da percentagem de internautas mais velhos, 78% mandam e recebem e-mails, 75% procuram na rede informações sobre bens e serviços, mas apenas 15% fazem compras, 66% lêem notícias online e 44% participam em redes sociais.

Sugerir correcção
Ler 2 comentários