Uma centena de pessoas protesta contra fecho da maternidade de Portimão

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Cerca de uma centena de pessoas manifestou-se nesta sexta-feira contra um possível encerramento da maternidade do Hospital do Barlavento, em Portimão, e exigiu a demissão do conselho de administração do Centro Hospitalar do Algarve, que gere aquela unidade.

O protesto foi convocado pela Comissão de Utentes do Serviço Nacional de Saúde de Portimão e pelo Movimento de Cidadãos pela Defesa dos Serviços Públicos do Algarve e, no final, foi submetida a votação e aprovada por unanimidade, pelos manifestantes presentes, uma moção a exigir a “maternidade continuamente aberta” e “a demissão do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Algarve (CHA)”.

“É importante estarmos mobilizados e repudiar as posições deste senhor Pedro Nunes [presidente do conselho de administração do CHA]”, afirmou João Vasconcelos, do Movimento pela Defesa dos Serviços Públicos do Algarve, criticando a “degradação acelerada do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em toda a região do Algarve, devido a políticas da ‘troika’ e do Governo PSD/CDS-PP”.

Num protesto que disse “ser apartidário”, João Vasconcelos afirmou ainda que Pedro Nunes é um “fiel executor da destruição dos serviços de saúde no Algarve”, onde são reportados “todos os dias casos de falta de medicamentos ou adiamento de cirurgias”.

“Querem-nos tirar a maternidade, mas não aceitamos o seu encerramento, nem que seja a título provisório”, afirmou o dirigente do Movimento, frisando que em Portimão são praticados “mais de 1.000 partos ano”.

João Vasconcelos considerou que as “populações do Barlavento ficariam muito penalizadas” e obrigadas a “deslocações de mais de 100 quilómetros até Faro” para poderem ter esse serviço, caso a maternidade de Portimão encerre, o que representaria “um golpe fatal e a destruição do hospital do barlavento”.

Pedro Purificação, da Comissão de Utentes do SNS de Portimão, disse à agência Lusa que o protesto foi convocado depois do “anúncio do encerramento da maternidade do hospital de Portimão”, que tem como objectivo a “destruição do SNS e aumento a saúde privada”.

A manifestação foi convocada na sequência da posição do director da Pediatria do Centro Hospitalar do Algarve, que defendeu o encerramento transitório da maternidade do hospital de Portimão por falta de pediatras.

Em declarações à Lusa, o presidente da administração do CHA, Pedro Nunes, confirmou ter recebido a proposta, mas afirmou que a mesma não é exequível, assumindo que aquela maternidade só se mantém aberta devido à "boa vontade" dos médicos de Portimão, que têm que trabalhar mais horas, e dos de Faro, "que lá vão ajudar quando é necessário".

Pedro Nunes disse que fará tudo para manter a maternidade em Portimão aberta, mas frisou que, no dia em que não for possível assegurar o serviço, “é preferível preparar as pessoas para irem para Faro do que ter salas abertas sem profissionais” que possam atender os utentes.

 

 

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