Um Kim Jong-un sorridente levou Coreia do Norte a cabeleireiro londrino

Elementos da embaixada norte-coreana protestaram contra promoção com a cara do seu líder.

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A loja diz que o cartaz se tornou uma espécie de atracção turística M&M Hair Academy

Por menos 15% do preço habitual, os homens podem cortar durante este mês o cabelo num cabeleireiro de Londres. Até aqui nada de especial mas tudo se altera quando a imagem para atrair clientes é a do líder norte-coreano Kim Jong-un. Foi isso que fez um salão na capital inglesa e o resultado foi uma visita de protesto de elementos da embaixada norte-coreana.

O cartaz está exposto na montra do cabeleireiro M&M Hair Academy, em South Ealing, desde o dia 9 e nele surge um Kim Jong-un sorridente, acompanhado por uma frase de promoção ao desconto, onde se pode ler ainda “Bad Hair Day?” (Um dia mau para o cabelo?).

O cartaz suscitou alguns sorrisos entre quem passava à porta do salão mas nada mais, até dois homens terem entrado na loja a pedir para falar com a gerência. “No dia a seguir a termos colocado o cartaz dois homens asiáticos, vestidos com fatos, apareceram. Um tirava fotografias e o outro notas”, contou ao The Guardian Mo Nabbach, proprietário do cabeleireiro. “Entraram e perguntaram: ‘Quem colocou aquela fotografia?’ Respondi que tinha sido eu”, continuou.

Os dois homens, que nunca se identificaram, consideraram o cartaz uma “falta de respeito” e exigiram que fosse retirado, afirmando que se tratava de o “líder nacional de um país”. Pediram a identificação de Nabbach, que se recusou a fazê-lo. “Ouçam, isto não é a Coreia do Norte, isto é Inglaterra, vivemos numa democracia, por isso lamento mas terão que sair”, respondeu o proprietário.

Nabbach contactou a polícia sobre o incidente. Um porta-voz da polícia de Londres, ouvido pelo Guardian, confirmou que as autoridades foram também contactadas pela embaixada norte-coreana mas que nenhuma queixa foi apresentada.

Karim Nabbach, filho do proprietário, disse à BBC Radio que desde o incidente não tiveram mais problemas. “Se tanto, o cartaz tornou-se uma atracção turística”, comentou. O jovem sublinhou que nunca foi a intenção fazer uma declaração política e que apenas quiseram fazer um anúncio “atrevido”.

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