Um inadmissível secretismo

A exclusão tácita ou explícita de homossexuais ou bissexuais do grupo de dadores de sangue é uma prática que vigora em diversos países, Portugal incluído. O fundamento é, diz-se, não a orientação sexual dos dadores mas a eventualidade de terem práticas sexuais de risco. O que, na prática, vai dar ao mesmo. Para estudar o tema e ajudar a tomar uma posição mais fundamentada sobre o assunto, foi formado em Portugal, em 2012, um grupo de trabalho. Que peritos o formam? É segredo. Que prazos tem para apresentar conclusões? Aparentemente nenhuns, apesar de numa resposta escrita a uma interrogação de um grupo parlamentar (o do BE) se falar em seis meses após a primeira reunião. Ora tanto secretismo podia aplicar-se a estratégias de defesa internacional ou à bomba de neutrões, mas é inadmissível quando se trata de dadores de sangue. Se tal grupo foi criado só para calar reclamações, era melhor nunca ter existido.

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