Um balão por cada uma das 34 mulheres mortas neste ano

UMAR fecha “16 Dias de Activismo contra a Violência de Género” no Porto

Foto
Adriano Miranda

Sentar-se-ão na Praça da Liberdade, no Porto, a partir das 14h de terça-feira duas senhoras com panfletos para distribuir, ansiosas para conversar com quem o desejar sobre questões relacionadas com violência de género. Por volta da mesma hora, sairão da Rua do Paraíso 34 mulheres, cada uma com um balão na mão. Seguirão por diferentes caminhos, mas dirigir-se-ão todas à praça.

Na rua do Paraíso fica o P´RA TI - Centro de Atendimento e Acompanhamento a Mulheres Vítimas de Violência, da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR). Foi lá que nasceu o Observatório de Mulheres Assassinadas, que todos os dias passa os jornais nacionais a pente fino em busca de notícias sobre mulheres vítimas de homicídio ou de tentativa de homicídio e que este ano já somou 34 casos.

A acção de sensibilização chama-se “Todas/os por (nem mais) uma!” e está integrada na “16 Dias de Activismo contra a Violência de Género”, uma campanha internacional que decorre em 140 países entre  25 de Novembro, Dia Internacional para a Eliminação de Todas as Formas de Violência contra as Mulheres, e 10 de Dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Com os balões construir-se-á uma instalação em homenagem às mulheres assassinadas. Só lá para as 16h30, explicou Ilda Afonso, da UMAR, quem ali estiver verá largar um balão por cada uma das mulheres mortas desde o princípio do ano por homens com quem mantinham ou já tinham mantido uma relação de afecto.

Há anos que a UMAR se associa a esta campanha. “O objectivo é sensibilizar as pessoas, alertá-las para este problema, reforçar a luta contra a violência”, diz Ilda Afonso, numa curta conversa telefónica. Uma vez, a presidente da organização, Maria José Magalhães, percorreu a rua de Santa Catarina a gritar o nome das mulheres mortas. Era a campanha do grito: “Grita! Grita mais alto! Grita ainda mais alto para que os teus vizinhos te ouçam e possam gritar contigo. Para que todos e todas possamos gritar contra a violência sobre as mulheres e contra o homicídio conjugal.”

Sugerir correcção
Comentar