Três em cada dez famílias usam a casa como garantia para empréstimos

O relatório do INE revelado nesta quarta-feira conclui que o nível de escolaridade continua a influenciar o rendimento do agregado familiar.

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A residência do agregado corresponde a 88% dos activos financeiros detidos pelas famílias Miguel Manso/PÚBLICO

Um relatório do Inquérito à Situação Financeira das Famílias do Instituto Nacional de Estatística (INE), relativo a 2013 e divulgado nesta quarta-feira, revela que 30% das famílias portuguesas recorrem a empréstimos bancários, utilizando a sua residência como garantia de pagamento de dívida.

No total, em termos medianos, apenas 17,3% dos empréstimos não são garantidos por imóveis, precisa o relatório.

O mesmo documento estima que a mediana do rendimento das famílias residentes em Portugal, em 2013, foi de pouco mais de 71 mil euros (71,2 mil euros), numa avaliação onde importa olhar para os números tendo em conta a desigualdade na sua distribuição.

O rendimento de 10% da população mais rica em Portugal é quase dez vezes superior ao rendimento das famílias mais pobres, afirma o INE. Assim, em média, uma família que se insira na categoria das 10% das famílias com rendimentos mais elevados tem 9,8 vezes mais do que o grupo de 20% das famílias com rendimentos mais baixos.

Isto é, enquanto a riqueza líquida mediana de uma família inserida na classe das menos abastadas é de menos de 25 mil euros, num agregado na classe dos 10% com rendimentos mais elevados, o montante sobe para valores superiores a 240 mil euros, concentrando a maior parte do rendimento.

Mais educação, mais riqueza

As conclusões do relatório mostram que o valor mediano dos rendimentos aumenta consoante o nível de educação obtido e é mais elevado para famílias onde parte do agregado é um profissional independente.

A riqueza líquida mediana das famílias em que o indivíduo de referência é trabalhador por conta de outrem ronda os 62 mil euros, o que é bastante menos do que os 188,2 mil euros observados em agregados onde o indivíduo de referência é trabalhador por conta própria.

O Inquérito à Situação Financeira das Famílias mostra ainda que 88% dos activos dos agregados são activos não financeiros, sendo a residência o principal. Já os depósitos a prazo são o principal activo financeiro.

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