Todos os dias há alguém que pede para ser proibido de entrar no casino

Serviço de Regulação e Inspecção de Jogos alerta para consequências negativasa do vício do jogo.

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Jogo valeu, em 2015, 1400 milhões de euros

O representante do Serviço de Regulação e Inspecção de Jogos do Turismo de Portugal, Paulo Lopes, disse nesta quarta-feira que recebe pedidos diários de uma a duas pessoas a solicitarem ser proibidas de entrar nos casinos.

"Recebo uma média de um ou dois jogadores por dia a pedir para os proibir de entrarem nos casinos", informou Paulo Lopes, durante uma intervenção nas IV Jornadas de Turismo da Escola Profissional de Matosinhos (EPROMAT), que para a edição deste ano destacou o tema "Jogo e Turismo".

O representante do Serviço de Regulação e Inspecção de Jogos do Turismo de Portugal lembrou, falando para uma plateia de jovens estudantes de turismo, entre os 15 e os 20 anos de idade, que o jogo tem o seu "lado positivo e glamoroso", mas tem também um lado negativo, destacando que existem muitos dramas relacionados com o vício do jogo.

"Chamo a atenção para que o jogo tem aspectos positivos e negativos. Não se deslumbrem. O azar está lá e se tiverem de jogar, joguem de forma ponderada e responsável", apelou Paulo Lopes, que também admitiu que mais importante do que liberalizar jogos como o póquer, por exemplo, é "estabelecer regras".

"Naturalmente, as coisas têm de evoluir", disse Paulo Lopes, considerando que uma das soluções poderia passar "pela disponibilização de canais restritos e pagos para passar os torneios de póquer nos casinos" à população interessada.

"Não temos tradição de sermos um destino de jogo”, adiantou, frisando de seguida que “o investimento em turismo de jogo seria uma decisão politicamente difícil de sustentar, mas não será uma das prioridades".

Mas no Orçamento do Estado, o jogo tem um grande peso na decisão da aplicação das verbas do jogo para o turismo. O valor do volume de jogo de 2015 cifrou-se na ordem dos 1.400 milhões de euros nos casinos e bingos, ficando de fora o jogo 'online', indicou Paulo Lopes, acrescentando que a verba gerada foi canalizada em parte para o Turismo de Portugal, câmaras e outras entidades públicas. 

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