Temporal de Janeiro causou 30 milhões de euros de prejuízos

Governo diz que a zona mais afectada foi a de Lisboa e Vale do Tejo, com mais de 450 hectares danificados pela chuva e vento fortes.

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Chuva e vento forte danificaram estruturas e provocaram quedas de árvores Rui Farinha

O Ministério do Ambiente, Mar, Agricultura e Ordenamento do Território (MAMAOT) registou até ao momento 30 milhões de euros de prejuízos provocados pelo temporal de 18 e 19 de Janeiro, enquanto as seguradoras avançam uma factura de 60 milhões de euros.

Segundo uma nota divulgada nesta terça-feira pela tutela, as direcções regionais de Agricultura avaliaram os estragos em mais de 1100 explorações agrícolas, numa área total de 900 hectares em todo o país. “À medida que se foram apurando dados e recebendo informações dos agricultores, constatou-se que a zona mais afectada é Lisboa e Vale do Tejo com uma área de mais de 450 hectares”, lê-se no documento.

Na mesma nota, o secretário de Estado da Agricultura, José Diogo Albuquerque, informa que está a ser finalizada a medida que apoia a fundo perdido 75% das perdas, “se as mesmas se tratarem de reposição de potencial produtivo”. “Em paralelo, vamos assinar um protocolo para a abertura de uma linha de crédito que possa servir de auxílio aos agricultores afectados e que querem desde já começar a reconstruir e não dispõem de capital próprio”, lê-se na nota. O período de candidaturas deve iniciar-se a partir do início de Março.

O apoio vai ser retroactivo ao dia da vistoria, por isso os agricultores podem começar a reconstruir a partir da data da avaliação no terreno por parte da equipa técnica da direcção regional de Agricultura, explica o ministério.

No entanto, as contas das seguradoras são outras. Fonte da Associação Portuguesa de Seguradores (APS) disse nesta terça-feira que os números finais devem ser conhecidos até ao início da próxima semana, mas a factura de 60 milhões de euros, estimada inicialmente, “deixou de ser uma hipótese para ser uma certeza”.

Com dados até 1 de Fevereiro, a APS tinha estimado os estragos em 45 milhões de euros, mas admitiu que o valor atingisse os 60 milhões de euros. As seguradoras registaram 23 mil sinistros participados, com “custos globais registados de 45 milhões de euros – entre indemnizações já pagas e provisões constituídas”, segundo informação dada pela associação.

Os seguros do ramo “incêndio e outros danos” concentram mais de 95% das contas feitas até ao momento, com 22 mil sinistros e 43 milhões de euros de custos. “Dentro destes, o destaque vai para os seguros de “multi-riscos habitação”, onde há a registar cerca de 17 mil processos abertos e custos indemnizáveis de mais de 23 milhões de euros”, indicou a APS, que destacou ainda os seguros de comércio e indústria, nos quais havia quase quatro mil sinistros, com custos de quase 19 milhões de euros. No ramo “automóvel” foram abertos quase 1200 processos, entre coberturas de assistência e de danos próprios.

As seguradoras referiram uma “significativa concentração dos impactos na Região Norte e, sobretudo, na Região Centro do país, acomodando esta última mais de metade dos sinistros e dos custos globais”.
 

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