Sociedade Portuguesa de Pediatria recomenda vacinação contra o HPV nos rapazes

Adolescentes do sexo masculino devem vacinar-se contra o vírus para prevenir lesões futuras associadas ao cancro.

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A vacina contra o HPV já é dada às adolescentes pelo Programa Nacional de Vacinação Enric Vives-Rubio

A Sociedade Portuguesa de Pediatria (SPP) recomenda a vacinação contra o Vírus do Papiloma Humano (HPV), a título individual, dos adolescentes do sexo masculino e a vacinação contra a tosse convulsa de jovens pais e conviventes de recém-nascidos.

De acordo com uma actualização das recomendações sobre vacinas extra do Programa Nacional de Vacinação (PNV), elaboradas pela Sociedade de Infecciologia Pediátrica (SIP) da SPP, os jovens adolescentes devem vacinar-se, a título individual, contra o HPV, “como forma de prevenir as lesões associadas a este vírus”.

No documento lê-se que que o HPV “é responsável, em todo o mundo e em ambos os sexos, por lesões benignas e neoplasias malignas, com incidência elevada”.

“É hoje considerado o segundo carcinogéneo mais importante, logo a seguir ao tabaco. Está associado a 5% dos cancros, em geral, e a 10% na mulher”, prosseguem os autores.

Segundo a SIP, “os homens encontram-se em risco de desenvolver condilomas genitais, cancros do ânus, do pénis, da cabeça e pescoço e neoplasias intraepiteliais do pénis e ânus”.

Em Portugal, a vacina contra o HPV foi introduzida no PNV em Outubro 2008, para todas as adolescentes com 13 anos de idade num esquema de três doses. A partir do dia 1 de Outubro de 2014, a vacinação em âmbito de PNV passou a ser recomendada para as raparigas entre os 10 e 13 anos de idade num esquema de duas doses.

Tendo em conta que “a carga da doença por HPV é relevante no sexo masculino e não existem rastreios implementados para a prevenção dos cancros associados a HPV”, os especialistas concluíram que “a forma de reduzir individualmente o risco de doença, para além da protecção indirecta, é através da vacinação”.

Em relação à tosse convulsa, a SPP recomenda a “vacinação de jovens pais e conviventes que desejem reduzir o risco de infecção para si e para os recém-nascidos com quem residem”.

“A vacinação durante o terceiro trimestre da gravidez (entre as 28 e 36 semanas) durante surtos, como o que ocorre actualmente na Europa” e a “vacinação de adolescentes e adultos” são medidas de protecção individual igualmente recomendadas.

Em Julho, o director-geral da Saúde disse que as autoridades estão preocupadas com os casos de tosse convulsa em Portugal, provocada por uma bactéria, que também afecta outros países europeus e os Estados Unidos.

Dados da OMS, citados neste documento, indicam que em 2008 se registaram 16 milhões de casos no mundo e 195 mil mortes em crianças.

“Nos últimos anos tem-se observado um aumento ligeiro do número de casos, embora flutuante”, lê-se no documento que pode ser consultado no “site” da SPP.

Além destas recomendações a SIP/SPP mantém a recomendação da protecção contra a meningite causada pela bactéria “Neisseria meningitidis” tipo B, nomeadamente “a vacinação das crianças dos dois meses aos dois anos”, podendo também “ser administrada a crianças e adolescentes”.

Para o rotavírus, que causa gastrenterite aguda, a SPP mantém “a recomendação de vacinação de todas as crianças saudáveis, reforçando a importância do cumprimento das indicações quanto à idade de vacinação”.

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