Sociedade Portuguesa de Matemática contra fim dos exames do 4.º ano

Eliminação das provas do fim do 1.º ciclo é votada nesta sexta-feira no Parlamento.

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Nuno Crato já não é ministro mas continua a ser criticado RUI GONçALVES

A Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM) está contra o fim dos exames do 4.º ano de escolaridade, que é debatido nesta sexta-feira no Parlamento, e enviou uma carta aos grupos parlamentares a pedir que ponderem sobre a matéria.

O ofício foi divulgado nesta quinta-feira, na véspera da discussão dos projectos de lei do Bloco de Esquerda e do PCP que visam a eliminação dos exames nacionais do 1.º ciclo do ensino básico e que deverão ser aprovados pela maioria.

Para a SPM, a prova é "um instrumento importante para aferição dos conhecimentos dos alunos" e a análise dos resultados permite identificar fragilidades. "É indispensável que continuem a existir instrumentos que permitam a aferição externa dos conhecimentos e capacidades, bem como a obtenção de dados fidedignos e uniformes a nível nacional que possam suportar a adopção de medidas informadas de apoio a alunos e professores neste nível de ensino e nos seguintes", defende.

Na carta, a direcção da sociedade científica refere a "preocupação" que é não estar prevista a substituição da prova. A eliminação pura e simples, alega a direcção da SPM, "em nada contribuirá para a diminuição dos níveis de insucesso e abandono, nem para o aumento das qualificações". A SPM sugere que, se se verificar que as provas provocam qualquer distorção no trabalho lectivo, como tem sido alegado, é essa distorção que deve ser corrigida.

Os exames do 4.º e do 6.º ano foram criados por Nuno Crato, que entendeu ser benéfica a existência de provas no final de cada ciclo de ensino. 

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