Só 36% das pessoas identificam correctamente o que é o assédio sexual

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A UMAR realiza o seminário, concebido em parceria com centros de várias universidades Foto: Fernando Veludo/arquivo

A quase totalidade dos inquiridos num questionário feito pela União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) diz que sabe identificar o assédio sexual, mas, na realidade, só 36 por cento acertam na definição.

Os resultados do questionário que a associação de mulheres UMAR aplicou a 998 pessoas, no âmbito da “Rota dos Feminismos contra o Assédio Sexual no Espaço Público, na Rua e no Trabalho”, vão ser hoje apresentados no “Seminário internacional sobre assédio sexual no espaço público e no trabalho”, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

Apesar de 91 por cento dos inquiridos garantirem que sabem o que é o assédio sexual, as “respostas abertas” mostram que “apenas 36,31 por cento responderam correctamente sobre o significado de assédio sexual”, adiantou a presidente da UMAR, Maria José Magalhães.

Dos restantes, “12 por cento dão mesmo uma resposta errada”, revelando uma desvalorização dos comportamentos de assédio, interpretando-os, por exemplo, como “sedução, manifestação afectiva e outras expressões positivas sobre o relacionamento amoroso entre duas pessoas”, especificou a também professora universitária, que hoje vai apresentar os resultados do questionário.

Há ainda 26 por cento dos inquiridos que “respondem de forma incerta”, 11 por cento que não respondem e 5 por cento de respostas não perceptíveis. No mesmo questionário, foi perguntado aos inquiridos se conheciam alguém que fosse vítima de assédio: 27 por cento contaram “testemunhos de vitimação”, quer de si próprios, quer atribuídos a outros, referiu Maria José Magalhães.

O seminário sobre assédio sexual que hoje se realiza conta, na sessão de abertura, às 09h00, com a secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade, Teresa Morais e, às 10h00, a especialista em direito criminal Lia Knoet, falará da lei holandesa sobre o assédio sexual.

A UMAR realiza o seminário, concebido em parceria com centros de várias universidades, com o objectivo de reflectir sobre o conhecimento acerca do assédio sexual, aumentar a consciencialização sobre o fenómeno e contribuir para a alteração da legislação e para a produção de políticas sociais de apoio às vítimas.

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