Sindicatos das forças de segurança temem infiltrados na manifestação

Esperam-se mais de dez mil profissionais no protesto desta quinta-feira, um número de ultrapassa a manifestação de Novembro, marcada pela invasão da escadaria do Parlamento.

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A manifestação de Novembro ficou marcada pela invasão da escadaria da Assembleia da República Tiago Machado

Os sindicatos temem que o protesto das forças de segurança, que decorrerá nesta quinta-feira em Lisboa e para o qual se esperam milhares de pessoas, conte com a presença de infiltrados.

O dirigente da Comissão Coordenadora Permanente (CCP) dos Sindicatos e Associações dos Profissionais dos Serviços e Forças de Segurança, em declarações à TSF, disse temer que o protesto possa ser perturbado, já que nas redes sociais há vários grupos a mobilizar pessoas.

O secretário nacional, Paulo Rodrigues, considera que a presença destas pessoas pode ou não ser pacífica e justifica, por isso, o reforço dos agentes da PSP que vão fiscalizar a manifestação. O dirigente estima que no protesto estejam cerca de dez mil profissionais – um número que ultrapassa a manifestação de Novembro. Há pelo menos 60 autocarros que vão chegar a Lisboa, contanto esta manifestação com a presença em massa de elementos da GNR.

Antes, à Lusa, Paulo Rodrigues tinha já referido que espera que o protesto supere o de 21 de Novembro de 2013, que terminou com a invasão da escadaria da Assembleia da República e com a consequente demissão do director nacional da PSP. Na altura, o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, classificou como "absolutamente inaceitáveis" os acontecimentos que motivaram a invasão da escadaria do Parlamento, garantindo que "foi uma excepção que não voltará a repetir-se". Mas Paulo Rodrigues garante que o episódio foi “simbólico” e isolado.

Ainda à TSF, César Nogueira, da Associação dos Profissionais da Guarda, disse pelo contrário que o reforço policial pode ser contraproducente neste tipo de protesto.

Condicionamentos do trânsito
A manifestação, que os organizadores estimam que seja o maior de sempre, tem como principal motivo os cortes salariais a estas classes. O protesto, que vai realizar-se entre o Marquês de Pombal e a Assembleia da República, é promovida pela CCP dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança, estrutura que congrega os sindicatos mais representativos da GNR, PSP, ASAE, SEF, Guarda Prisional e Polícia Marítima. No protesto vão também participar as associações da GNR e os sindicatos da PSP e dos guardas prisionais que não pertencem à CCP.

Em comunicado, o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP alertou para os condicionamentos do trânsito, a partir das 17h30, entre o Marquês de Pombal e a Assembleia da República, podendo sofrer cortes a Rua Braamcamp, Largo do Rato e a Rua de São Bento.

Em declarações aos jornalistas, na quarta-feira, o Ministro da Administração Interna, afirmou esperar que o protesto decorra dentro da legalidade, mas escusou-se a antecipar cenários caso os polícias voltem a subir a escadaria da Assembleia da República.

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