Sindicatos denunciam irregularidades na realização dos exames

Mário Nogueira diz que repetição da prova a 2 de Julho prova que teria sido possível adiar o exame para todos os alunos.

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Mário Nogueira, nesta segunda-feira, em Lisboa Daniel Rocha

O líder da Federação Nacional de Professores (Fenprof), Mário Nogueira, confirmou que os dados dos sindicatos dão conta de que mais de 20 mil alunos do 12.º ano ficaram sem fazer o exame de Português na sequência da greve dos professores, um balanço que coincide com o apresentado horas antes pelo ministro da Educação, Nuno Crato. Tanto a Fenprof, como a Federação Nacional da Educação (FNE) indicam que a adesão dos docentes rondou os 90%.

Em conferência de imprensa realizada nesta segunda-feira, Nogueira denunciou que muitos dos exames se realizaram através do “recurso a ilegalidades, irregularidades e arbitrariedades”, das quais deu vários exemplos: na vigilância das provas de exames estiveram pessoas que não eram docentes, o que não é permitido; chegaram a estar 30 alunos em sala de exame quando as normas das provas só permitem 15; e houve alunos que começaram os exames meia hora depois das outras escolas, quando as regras impõem que a prova comece ao mesmo tempo em todas as escolas.  “Competirá à Inspecção Geral da Educação verificar e agir em conformidade”, disse.

Nogueira considerou também que o facto de Crato ter já anunciado o agendamento de novo exame de Português para dia 2 Julho, destinado aos alunos que não o puderam realizar, mostra que teria sido possível “adiar a prova para todos os estudantes”. 

O líder da Fenprof confirmou ainda que as greves às reuniões de avaliações vão continuar nesta semana e provavelmente na próxima. Hoje será entregue o último pré-aviso com incidência sobre o dia 28.  Na primeira semana destas greves, que decorreu entre 7 e 14,  cerca de  90% dos alunos ficaram sem notas atribuídas. É o caso da maioria dos que foram hoje a exame.

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