Sindicato dos técnicos de emergência diz que Governo está a fazer "chantagem"

Sindicato dos Técnicos de Ambulância de Emergência ameaça com outras formas de protesto, depois de secretário de Estado desmarcar reunião

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Público/ Arquivo

“Chantagem inaceitável” foi como a direcção do Sindicato dos Técnicos de Ambulância de Emergência (STAE) classificou a decisão do secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde de adiar “sine die” as negociações em curso, depois de saber que a greve ao trabalho extraordinário se ia manter . Em resposta, os dirigentes sindicais anunciaram que já estão a estudar “formas de endurecer a luta”.

O STAE convocou a forma de protesto, que arranca às 00h00 desta quarta-feira, por tempo indeterminado, depois de os trabalhadores, em plenário, terem aprovado esta decisão "por unanimidade". Reagindo a esta decisão, o secretário de Estado Fernando Leal da Costa adiou a reunião sindical já agendada, atitude  que  a direcção do STAE  interpretou como uma  “profunda falta de respeito pelos técnicos do INEM” e “uma forma de chantagem inaceitável”.

Em comunicado, a direcção do STAE explica que o governante se tinha comprometido “a pagar os subsídios de refeição dos turnos extra em atraso a partir do presente mês, a analisar juridicamente outros pagamentos em atraso, a reabrir todas as ambulâncias de emergência na cidade de Lisboa que o INEM decidiu encerrar”, além de ter apresentado “uma proposta de carreira”.

Como o secretário de Estado não entregou,porém,  na reunião de 16 deste mês, “nenhum compromisso escrito nas promessas apresentadas” e porque a proposta de carreira não contemplava “a maioria das reivindicações do STAE apresentadas noutros momentos negociais”, os trabalhadores reunidos em plenário decidiram “manter a greve”.

Para os dirigentes sindicais, o “suposto início da ronda negocial” levada a cabo pelo secretário de Estado visava mesmo apenas “demover os trabalhadores da greve e não discutir a carreira dos técnicos do INEM”, uma vez que, “devido ao calendário político, parece já impossível aprovar a carreira especial de técnico de emergência pré-hospitalar nesta legislatura”.  “É para nós insustentável que os trabalhadores continuem sem carreira e se continue a pedir que tenham apenas dois ou três dias de folga e ainda por cima não sejam pagos de acordo com a legislação em vigor”, acrescentam.

Entretanto, a Federação Nacional de Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS) esclareceu que também emitiu um aviso prévio de greve às horas extraordinárias para os profissionais do INEM, mas pelo período de 30 dias. “Face às várias tentativas ilegais de pressão por parte do Ministério da Saúde para impedir a realização da greve, bem como a criação de confusão por parte das informações que têm vindo a ser difundidas, a FNSTFPS reitera que o aviso prévio emitido apenas abrange o trabalho suplementar, garantidos que estão os serviços mínimos”.   Desta forma,  frisa, “qualquer aconselhamento que tenha sido dado no sentido de os trabalhadores abandonarem os seus postos de trabalho ou recusarem serviço não partiu nem irá partir desta federação”.

Já o INEM voltou a pedir à população portuguesa “que continue a confiar na Instituição, como sempre o fez” e assegurou que “recorrerá a todos os meios legais ao seu alcance para obstar a que qualquer situação de emergência fique por atender".

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