Técnicos de diagnóstico ameaçam deixar de atender casos urgentes

Sindicato alega violação da lei da greve em protesto que dura há 13 dias. Diz que há “médicos a classificar como urgentes” exames que não merecem esse tipo de classificação.

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A 16 deste mês os profissionais concentraram-se à porta do Ministério da Saúde Fabio Augusto

Em greve há 13 dias e por tempo indeterminado, os técnicos de diagnóstico e terapêutica ameaçam deixar de atender os casos urgentes. Alegam que estão a ser classificados como tal situações que o não são, “o que contraria todos os princípios em que assenta a legislação reguladora do direito e obrigações” deste tipo de protestos.

O presidente do Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica, Almerindo Rego, diz que há nos hospitais “médicos a classificar como urgentes” exames que não merecem esse tipo de classificação.

“Têm-nos sido reportadas as mais variadas denúncias do uso e abuso do conceito de urgência, utilizado por médicos em serviços de consulta hospitalar”, refere uma carta enviada pelo sindicato ao tribunal arbitral que tem regulado estas questões, onde se recorda ainda que “as consultas hospitalares em nenhuma circunstância podem ser consideradas como situações de urgência, salvo nas situações em que os episódios clínicos transitam para a urgência hospitalar, dentro dos princípios da referenciação” clínica.

Diz a mesma missiva que, caso a questão não seja esclarecida, o sindicato se verá “forçado a dar orientações aos grevistas para recusarem o atendimento de qualquer destes pedidos, por falta de fundamentação clínica”.

Os representantes dos trabalhadores chegaram a ter uma reunião marcada com o ministro da saúde, que acabou por ser cancelada. Na origem da paralisação está um problema que se arrasta desde 1999: a falta de regulamentação das carreiras e as respectivas remunerações, mais as situações recentes de desemprego. Na anterior legislatura, ainda com o então ministro da Saúde, Paulo Macedo, o sindicato conseguiu finalmente um acordo sobre a carreira, mas o seu enquadramento não ficou totalmente concluído. “Vamos endurecer as nossas formas de luta, sob pena de nos condenarem à irrelevância’’, avisa Almerindo Rego. 

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