Manifestantes desocupam Ministério da Educação ao fim de mais de cinco horas

"Queriam fechar-nos lá dentro, o que não é normal, e nós reagimos. Houve uns empurrões aqui e outros acolá, mas ninguém ficou ferido", descreve sindicalista

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Os manifestantes exigiram uma reunião com o Governo Miguel Manso
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Miguel Manso
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Ao fim de mais de cinco horas de ocupação, os sindicalistas que estiveram esta sexta-feira no Ministério da Educação a representar o pessoal não docente das escolas foram-se embora.

“Saímos da mesma forma ordeira como entrámos, mas gritando que voltaremos. Foi a nossa palavra de ordem à saída”, descreveu uma das manifestantes, Lurdes Ribeiro, lamentando que, uma vez mais, os sindicalistas não tenham sido recebidos pela tutela, como exigiam.

Cerca das 19h00 os cerca de 50 sindicalistas que estavam dentro das instalações do Ministério da Educação protagonizaram momentos de tensão com a polícia, que reforçou o contingente no local. Além de a polícia usar da força com alguns manifestantes, estes também bateram nos vidros, exigindo a demissão do Governo.

Tudo começou quando a polícia tentou fechar as portas interiores das instalações do Ministério, em Lisboa. Na altura, os manifestantes exaltaram-se, batendo nos vidros e gritando palavras de ordem. “A luta continua, nas escolas e na rua“, “25 de Abril sempre, fascismo nunca mais” ou “Está na hora de o Governo ir embora” eram algumas das frases entoadas pelos sindicalistas. A polícia reforçou o contingente no local, tentando separar os manifestantes que estavam dentro do ministério dos que se encontravam cá fora à porta. "Queriam fechar-nos lá dentro, o que não é normal, e nós reagimos. Houve uns empurrões aqui e outros acolá, mas ninguém ficou ferido. Não percebemos se agiram assim por orientação superior ou se foi algum agente que se passou", contou a mesma dirigente sindical, explicando que os sindicalistas que ficaram cinco horas dentro do edifício foram impedidos de usar o wc.

Ao todo, e segundo Lurdes Ribeiro, foram mais de duas centenas os manifestantes que se juntaram a esta acção de protesto, destinada a sensibilizar os governantes do Ministério da Educação para a necessidade de receberem os representantes dos funcionários, que querem discutir temas como as carreiras e as condições de trabalho. "Estamos com medo que se repita, a nível nacional, a cena do Verão passado", continua a mesma responsável, numa referência ao momento em que, cerca de um mês do arranque deste ano lectivo, dezenas de funcionários do Norte do país foram avisados de que poderiam ter de mudar de escola, por os estabelecimentos de ensino em que se encontravam terem, alegadamente, pessoal não docente em excesso. Contestadas pelos directores das escolas, as transferências acabaram por nunca ir por diante.

Entretanto, uma nota informativa da tutela esclarece que os manifestantes foram recebidos a meio da tarde pelo secretário-geral do ministério, que lhes solicitou que fizessem um pedido de audiência por escrito, de forma a que a reunião pudesse ser agendada em breve. “Por questões de segurança, não foi permitida a circulação no edifício”, refere a mesma nota, onde se acrescenta que o ministério “não pode ceder a pressões ilegítimas para realização imediata de reuniões”.Segundo dirigentes da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, o secretário-geral garantiu-lhes que um dos secretários de Estado os poderia receber na próxima semana.

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