Sempre a mesma coisa vence o concurso Jovens Autores de Histórias Ilustradas

Foram anunciados os vencedores dos melhores trabalhos do concurso de escrita e ilustração.

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Uns mostravam-se mais confiantes que outros. Mas ninguém estava absolutamente calmo. Ainda a cerimónia de entrega de prémios do concurso “Jovens Autores de Histórias Ilustradas” não tinha começado na Biblioteca Nacional, em Lisboa, já Jasmim Cotrim, uma das vencedoras, chorava. “É verdade. Ela chorou”, garante Inês Baptista, a quem coube escrever o texto. “Ela disse-me que estava a chorar de alegria” porque é a primeira vez que sai de Portugal. E é uma das coisas que quer mesmo muito.

A professora Telma Diniz pede que seja a Jasmim a falar. A Inês “está um bocadinho nervosa”, diz. Sempre a mesma coisa foi a Melhor História e a Melhor Ilustração do concurso, através de uma co-autoria entre a Jasmim e a Inês, colegas do curso profissional técnico de design gráfico, da Escola Secundária de Cacilhas. 

Esta não é a primeira vez que participam num concurso. Mas “para já”, diz a professora, “foi o primeiro que ganharam”. Foram incentivadas a concorrer pelos professores. E claro, porque “também contava para nota”, revela a Inês, que se mostrou surpreendida com a vitória “estranha”. Mas “muito boa”, como sublinha a colega Jasmim.

A Inês, de 17 anos, escreveu o texto e pretende lançar um livro que fale sobre "problemas familiares". Por enquanto, vai dando os primeiros passos num blogue criado por si, onde escreve histórias originais. Já a ilustração foi feita pela Jasmim, de 16 anos, que quer ser designer gráfica. Com o fim do concurso e das aulas, chegam os planos para a viagem a Barcelona, que quer documentar em vídeo.

Este ano, o tema esteve subordinado à “Condução Autónoma”. Foram eleitas dez escolas, nove das quais seleccionadas por um júri nacional, composto pela escritora Alice Vieira, o escritor António Torrado, a autora e editora online do PÚBLICO, Bárbara Wong, o pintor Eurico Gonçalves, o comissário do Plano Nacional de Leitura, Fernando Pinto do Amaral, do grupo Leya, Miguel Pais do Amaral e o ilustrador Paulo Galindro. Através de um concurso na página do facebook da Nissan Portugal, foi encontrado o 10º premiado.

Os prémios são compostos por uma viagem a Barcelona, onde participantes e professores vão conhecer a fábrica da Nissan, e um livro que incluí as dez histórias finalistas do concurso, desenvolvidas por alunos do ensino secundário - público e privado. Já as vencedoras da Melhor História e Melhor Ilustração vão ter a oportunidade de criar uma nova história e ilustrações exclusivas, que irão resultar numa outra publicação, também editada pela Leya.

Na cerimónia de entrega de prémios, António Pereira Joaquim, director de comunicação da Nissan Ibéria SA- Portugal, relembra que esta iniciativa tem uma história de “trinta e um anos", no Japão, que foi o percursor da iniciativa, com o lançamento dos livros  “Children Story Book” e “Children’s Picture Book”. 

Pela terceira vez em Portugal, o objectivo foi “desafiá-los [alunos] a pensar sobre aqueles que são os desafios do futuro”, diz António Pereira Joaquim ao PÚBLICO. Isto é: “consciencializar a comunidade escolar e os alunos do ensino secundário para a realidade de uma mobilidade que se quer sustentável”, explica.

Para Vítor Silva Mota, da editora Leya, “apesar dos constantes atropelos à cultura [em Portugal]” este é um projecto “louvável”, frisa, acrescentando ainda que, a escola “pode e deve ser uma plataforma" para este tipo de iniciativas.

A mesma opinião é partilhada por António Pereira Joaquim, que considera a iniciativa como “o primeiro passo” de uma carreira, sublinha, e onde querem “encontrar verdadeiros autores”.

A próxima edição do concurso irá ser anunciada em Setembro.
 

Notícia editada por Luciano Alvarez

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