Segunda fase de exames arranca esta quinta-feira com provas a Português e Física e Química

Os resultados da 2.ª fase dos exames nacionais só podem ser utilizados na 2.ª fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior, mas isso não a torna menos decisiva para muitos dos estudantes, quer estes queiram concluir o secundário quer queiram apenas subir notas, ainda que só para o patamar mínimo de 9,5 valores.

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Paulo Pimenta

Os alunos que chumbaram na 1.ª fase de exames do ensino secundário e aqueles que pretendem subir notas regressam a partir desta quinta-feira às escolas. A 2.ª fase de exames nacionais arranca com quatro provas, entre as quais duas das que tradicionalmente são das mais concorridas – Português e Física e Química. Sexta é a vez dos exames de Economia (que este ano teve média negativa) e de Biologia e Geologia. Matemática e História A, duas disciplinas em que as classificações médias também baixaram, ficam para segunda-feira.

Há uns anos, os estudantes podiam gerir as datas em que faziam exames, escolhendo os da 1.ª ou da 2.ª fase, mas isso acabou em 2012. Desde então que todos os alunos são obrigados a ir à 1.ª para poderem apresentar-se na 2.ª. Com um senão: os resultados da 2.ª fase dos exames nacionais só podem ser utilizados na 2.ª fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior. E, geralmente, as vagas dos cursos mais disputados ficam ocupadas logo na 1.ª.

Isso, contudo, não torna a 2.ª fase menos decisiva para muitos dos estudantes – quer queiram concluir o secundário, quer desejem conseguir a nota mínima para este ano ou nos próximos poderem candidatar-se ao ensino superior, que é de 9, 5 valores (em 20) nas chamadas “disciplinas específicas”, exigidas pelas universidades e politécnicos. Aquele patamar não foi atingido por milhares de estudantes. Em Matemática, mesmo contando apenas com os alunos internos, a classificação média ficou-se pelos 9,2 valores, o que significa que por mais alta que seja a média do secundário não poderão sequer candidatar-se aos cursos das areas da saúde, engenharias e economia, que tradicionalmente indicam aquela como disciplina de ingresso.

Outra disciplina cuja classificação média ficou abaixo dos 9,5 na 1.ª fase (mesmo tendo em conta apenas os alunos internos, que frequentaram as aulas até ao final do ano) foi Física e Química (9,2 valores). No conjunto dos internos e externos (alunos que se auto-propuseram a exame porque tinham reprovado ou queriam subir notas), as classificações médias a Matemática e Física e Química foram 7,8 e 8,8. Se incluirmos as notas dos alunos externos, em Economia e em História a média também caiu para a negativa, abaixo do patamar mínimo (9,2, em ambos os casos).

Para a manhã desta quinta-feira está marcada a prova de Português. Neste caso, registou-se uma subida, na 1.ª fase, em relação à mesma fase do ano passado. No total fizeram provas 70.953 alunos. Os internos tiveram média de 11,6 valores (em 2013 tinha sido de 9,8) e o total dos estudantes de 10,7 (8,9 no ano passado). 

Há um ano, a 2.ª fase dos exames nacionais do ensino secundário, por comparação com a 1ª, resultou num empate a Português ( com 8,9 valores de classificação média) e numa ligeira subida das médias totais (do conjunto dos alunos internos e externos) nos exames de Física e Química A (de 7,8 para 8,8), de Biologia e Geologia (de 8,1 para 8,4) e de Matemática A (8,2 para 8,4). Todas se mantiveram, portanto, num nível negativo e as reprovações aumentaram entre um a cinco pontos percentuais naquelas disciplinas, as mais concorridas do secundário.

IAVE critica "alarme social"
O Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) criticou esta quarta-feira aquilo a que chamou “alarme social” em torno da quebra dos resultados do exame nacional de Matemática A.

A direcção do IAVE criticou, em concreto, a divulgação da média de 7,8 valores, que resulta do cálculo da média de resultados de alunos internos e autopropostos. Um indicador “inadequado” pelo que “a sua divulgação é desprovida de sentido”, considera. Em comunicado refere que “os números falam por si” e concretiza que “a média dos alunos internos foi de 92 pontos” em 100 e a “dos alunos autopropostos não foi além de 48”.

O Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP) considerou o impacto das negativas a Matemática e Física e Química “alarmante”. Mesmo tendo e conta apenas os resultados dos alunos internos, como sugere o IAVE, os estudantes obtiveram uma classificação média inferior a 9,5, o que os impede de se candidatarem aos cursos em que estas disciplinas sejam específicas. Joaquim Mourato, presidente do CCISP, frisou que "as engenharias", que considera “ uma área prioritária no crescimento do país”  “sairão prejudicadas”, e previu que se vai assistir “a uma deriva dos alunos para outras áreas com menos empregabilidade”.

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