Rottweiller ataca criança de dois anos e deixa-a ferida com gravidade

Cão arrancou parte da face à menina que está internada desde sábado passado, tendo sido sujeita a uma cirurgia de várias horas.

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Um rottweiller atacou no passado sábado uma criança de dois anos em Vila Chã, Vila do Conde, tendo-lhe arrancado uma parte da face. A menina foi transportada de imediato para o Hospital da CUF, no Porto, tendo sido sujeita a uma cirurgia que durou várias horas. Continua internada. A GNR de Vila do Conde registou a ocorrência e o cão, que integra a lista de sete raças potencialmente perigosas, mantém-se na posse dos proprietários, mas está de quarentena para a eventualidade de apresentar sintomas de raiva.

Artur Sousa, avô da menina, ainda se emociona quando fala do “terror” que viveu. No sábado de manhã tinha ido com a mulher e as duas netas, uma de dois anos e outra de 12, tomar um café à praia, em Vila Chã, perto da casa da filha. “Vínhamos embora e até vínhamos na brincadeira. Quando de repente sinto a menina a fugir-me das mãos”, conta o avô ao PÚBLICO. O animal surgiu por trás e atacou a menina. Artur Sousa não sabe bem explicar os “cinco ou dez minutos de terror” que se seguiram. “Enfiei as mãos na boca do cão, a minha mulher enfiou as mãos na boca do cão, enquanto a empregada da casa de onde ele fugiu o puxava”, relata.

Não sabe bem porquê, mas o rottweiller acabou por soltar a criança. A menina estava desfigurada de uma das faces, que “esguichava sangue”, conta Artur Sousa, enquanto aponta para as botas que ficaram salpicadas. Desesperada, a mulher pôs-se à frente do primeiro carro que viu, que as transportou até ao hospital.

Artur Sousa explica que o cão fugiu do jardim de uma casa quando a empregada abriu o portão. Dois rottweiller, uma fêmea açaimada e um macho sem qualquer sistema de contenção, fugiram disparados para a rua e o macho atacou a menina. A empregada tentou, sem sucesso, controlar o animal.

A GNR foi chamada ao local, tendo identificado a proprietária da casa e a empregada. Foram ainda fiscalizados os documentos dos dois rottweiller, que se encontravam em ordem. “Foi feito um auto de notícia que foi remetido ao Ministério Público e foi contactada a veterinária municipal”, confirma uma fonte oficial da GNR. Cláudia Terroso, a veterinária municipal, explica que o cão se encontra de quarentena, mas continua na posse dos donos. “Como o animal tinha os documentos todos em ordem pode ficar à ordem de um veterinário particular que terá de atestar durante 15 dias se apareceu algum sintoma de raiva”, adianta Cláudia Terroso.

A veterinária explica que o animal não deverá ter abatido, mas passará a ser considerado um cão perigoso, devendo ser esterilizado. Os proprietários ficam ainda obrigados a sujeitar o animal a provas de socialização e ou treino de obediência, de acordo com a nova legislação, que entrou em vigor em Agosto passado.

Os responsáveis pelo cão poderão ser condenados pelo crime de ofensas à integridade física negligente. Este crime é cometido por “quem, por não observar deveres de cuidado ou vigilância, der azo a que um animal ofenda o corpo ou a saúde de outra pessoa, causando-lhe ofensas graves à integridade física”, sendo punido com pena de prisão até dois anos ou multa até 240 dias. Os proprietários ficam ainda sujeitos a uma contra-ordenação por o cão não estar açaimado, que varia entre os 750 e os 5000 euros. Se a falha no dever for considerada negligente, a coima pode ser reduzida para metade.

 
 
 

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