Até há pouco tempo reinava, entre as poucas pessoas esclarecidas, a ideia peregrina que não se deve pôr na pele aquilo que não se pode comer.

A indústria cosmética, entretanto, arranjou nanopartículas e outras maneiras de ultrapassar a barreira epidérmica que nos protege desde os tempos anteriores à nossa recente evolução para seres humanos.

Agora, graças a essas artimanhas invasoras, podem-nos entrar no sangue, directamente, todos os venenos que nos põem nos unguentos milagrosos.

Em 2014 é mais seguro comer os cosméticos venenosos - já que serão desmontados pelo estômago, pelo fígado, pelos rins e pelos intestinos - do que aplicá-los à nossa pele, de onde passam, sem filtro nem enzima adversária, para o sangue da nossa vida.

A indústria cosmética é feita de mentiras, ilusões, roubos, abusos e, nalguns casos, de verdades, sabedorias e cuidados científicos.

Felizmente há uma maneira de descobrirmos os cosméticos mais seguros - e de desmascararmos os venenosos. A Environmental Working Group (EWG) é uma associação científica de químicos e dermatologistas que se dedica a preservar a nossa saúde. Por 5 dólares (4 euros certinhos) pode inscrever-se e receber um valioso guia para comprar cosméticos saudáveis.

Bonito é oferecerem tudo o que descobriram sobre produtos cosméticos (que é muito, indo do mais inócuo zero ao mais cancerígeno dez) por nada. Seja no fascinante site (www.ewg.org) ou no app gratuito Skin Deep.

Prepare-se para se assustar.