Protecção Civil já conta 291 inundações no Norte e no Centro

Piores cenários em Águeda, Amarante, Ponte de Lima, Arcos de Valdevez e Coimbra.

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Cheias na zona de Águeda Adriano Miranda
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Durante todo o dia de sábado, o mau tempo provocou estragos no Norte e Centro do país, sobretudo nos distritos de Coimbra, Aveiro e Porto. Entre as 00h00 e as 20h00, o Comando Nacional das Operações de Socorro registou 580 ocorrências. Para este domingo, prevê um agravamento das condições meteorológicas, em especial a Norte do rio Tejo, em particular nas regiões do Minho e Douro Litoral.

De acordo com Carlos Pereira, comandante de serviço, até às 20h00 contabilizaram-se 291 inundações, 107 deslizamentos de terra, 96 limpezas de via, 58 quedas de árvores,  24 quedas de estruturas, como andaimes e placards, e quatro salvamentos.

Uma habitação, na freguesia de Santo Adrião, em Vizela, ficou cercada pelas águas e os quatro habitantes, dois adultos e duas crianças, tiveram de ser resgatados de barco pelos bombeiros, informou fonte do Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Braga. Pior sorte teve um homem levado pelas águas em Aveiro. Ao início da noite, o Centro Distrital de Operações de Socorro de Aveiro suspendeu as buscas.

Ao longo de todo o dia, a Protecção Civil mobilizou 1910 operacionais. Coimbra era o distrito que mais cuidados inspirava. Às 20h00, somava 129 ocorrências. Seguiam-se Aveiro, com 102, e Porto, com 84. Os piores cenários podiam ser vistos em Águeda, Amarante, Ponte de Lima, Arcos de Valdevez e Coimbra. Com a chegada da noite, a grande preocupação era a subida do caudal do Mondego.

Para todo o dia de domingo, a previsão era de precipitação persistente, vento forte e agitação marítima a Norte do rio Tejo, em particular nas regiões do Minho e Douro Litoral. A Protecção Civil alertava para a “possibilidade de inundações rápidas em zonas historicamente vulneráveis, mais prováveis nas bacias dos rios Minho, Lima, Cávado, Ave, Vouga, Douro e Mondego, não sendo de excluir situações de cheias provocadas pelo aumento de caudal das principais linhas de água”. Avisava também que “as condições de saturação dos solos a favorecerem a possibilidade de ocorrência de deslizamentos em zonas de declive mais acentuado”.

O aviso de mau tempo era válido para toda a costa ocidental. Sete barras marítimas foram fechadas a toda a navegação - Caminha, Esposende, Póvoa do Varzim, Vila do Conde, Figueira da Foz e Douro. A circulação de comboios também foi restringida. A CP optou por suspender a venda de bilhetes para comboios que circulam na linha do Norte e da Beira Alta. A linha da Beira Alta foi encerrada. Na linha do Douro já se circula, mas com restrições de velocidade.

Em Valença, na sequência da subida do caudal do rio Minho, 27 pessoas tiveram de ser deslocadas do acampamento que lhes serve de residência. Segundo o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Viana do Castelo, citado pela Lusa, foram alojadas num salão da Junta de Freguesia de Valença.

O acampamento, situado junto ao cais, por baixo da ponte Eiffel de Valença, ficou inundado por volta das 10h00. No início, eram 20 as pessoas a quem a câmara municipal disponibilizou duas habitações. Depois, apareceram outras sete. A autarquia decidiu então alojá-las num salão da Junta de Freguesia de Valença. 

Já em Viseu, o deslizamento de um talude obrigou ao corte da EN222, estrada que liga Peso da Régua e Pinhão, nos distritos de Vila Real e Viseu. Foi sinalizado um desvio alternativo, informou Os técnicos da Infra-estruturas de Portugal (IP). "Atendendo às difíceis condições climatéricas que se prevê irão fazer sentir nos próximos dias, só será possível restabelecer a circulação no decurso da próxima semana", avisa ainda a empresa em comunicado.

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