Promoção à Louis Vuitton ou "visão glamorosa” da prostituição?

Vídeo realizado para uma revista britânica coloca a marca sob fortes críticas de organizações de defesa dos direitos das mulheres.

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Sete mulheres em lingerie ou semi-nuas, insinuantes, a caminhar em ruas pouco iluminadas de Paris. É assim que começa um vídeo a promover a última colecção da Louis Vuitton. A campanha está a suscitar fortes críticas, com as modelos que surgem nas imagens a serem comparadas a prostitutas.

O vídeo foi realizado por James Lima, a pedido da revista britânica Love Magazine, com o objectivo de realçar a colecção Outono-Inverno 2013 que a Louis Vuitton apresentou em Paris, no início do mês.

Lima pegou no tema da colecção desenhada por Marc Jacobs, que se inspirou num cenário de quarto de hotel, e transportou-o para as ruas da capital francesa. Não são conhecidas as indicações que James Lima deu às modelos Cara Delevingne, Edie Campbell, Saskia de Brauw, Isabeli Fontana, Lily MC Menamy, Georgia Jagger e Magdalena Frackowiak, mas no vídeo surgem a caminhar em ruas escuras, em roupa interior. Numa situação, uma delas parece abordar uma viatura de forma provocadora, o que para os críticos sugere que se trata de uma prostituta.

“É um vídeo perturbador porque associa dois universos totalmente diferentes, o refinado da alta costura e um muito mais violento, a violência sexual”, defendeu a organização francesa pelos direitos das mulheres Osez le Féminisme ao jornal Le Parisien, sublinhando que o vídeo dá uma visão “glamorosa” da prostituição.

Também o grupo feminista ucraniano Femen critica o trabalho de James Lima. “Mais uma vez, utiliza-se a nudez das mulheres para chamar a atenção ou vender roupa”, defendeu ao mesmo jornal Inna Shevchenko, porta-voz do movimento.

A Louis Vuitton recusou-se a comentar o vídeo, limitando-se a indicar que se tratou de uma criação da Love Magazine à qual não tem qualquer ligação. No entanto, no final do vídeo surgem agradecimentos especiais a Marc Jacobs, o que sugere que o designer terá dado o seu consentimento ao trabalho.



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